Pesquisa sobre psicoeducação de familiares no transtorno bipolar recebe prêmio latinoamericano
As mudanças no sistema público de saúde brasileiro resultaram em uma maior participação dos familiares no tratamento de pacientes com transtorno bipolar (TB). Contudo, elevados níveis de estresse são encontrados nestes familiares e risco acrescido de utilizar serviços de saúde mental. O estudo Psicoeducação de familiares no Transtorno Bipolar, realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comportamento da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) recebeu o prêmio de melhor pôster no 10º Congresso Latinoamericano de Investigação em Psicoterapia da Society for Psychotherapy Research, realizado em Buenos Aires.
A pesquisa objetiva avaliar os efeitos na saúde do familiar de pacientes entre 18 e 29 anos diagnosticados com transtorno bipolar de um modelo de intervenção psicoeducativa. Todos os pacientes diagnosticados com TB nos centros vinculados à UCPel são convidados a participar do ensaio clínico.
A psicoeducação busca o entendimento da natureza do transtorno bipolar, a definição e descrição de sintomas de episódios, orientações sobre tratamento e procedimentos e informações sobre o impacto do TB, estratégias de regulação de hábitos e o papel do familiar no tratamento.
O modelo é administrado em seis encontros semanais, individualmente, por uma hora. São avaliados itens como qualidade de vida, sobrecarga familiar, bem-estar psicológico e transtornos mentais comuns. Os instrumentos de pesquisa serão avaliados antes do processo de randomização e dois meses após.
Até o momento, 13 familiares participaram do estudo (oito em psicoeducação e cinco com tratamento usual). Os oito familiares que concluíram o processo psicoeducativo apresentaram acréscimo nos escores de bem-estar e redução de sintomas psiquiátricos. O estudo está em andamento e os resultados são preliminares.
O trabalho foi apresentado pela egressa do curso de Psicologia Evelin franco Kelbert e tem como demais autores Marília Silva de Souza, Renata Leonetti Patella, Ricardo Azevedo da Silva, Karen Jansen, Ricardo Tavares Pinheiro e Luciano Dias de Mattos Souza (coordenador do projeto). O estudo é desenvolvido no Ambulatório Integrado e Pesquisa e Extensão.