A Universidade Católica de Pelotas (UCPel) recebeu destaque na última edição do Brain, Behavior and Emotions — maior congresso de neurociência do país. A pesquisa apresentada por acadêmicos da Medicina foi selecionada em primeiro lugar entre os mais de 700 artigos inscritos no evento que aconteceu em Florianópolis, Santa Catarina.
Realizada com 1138 jovens adultos de Pelotas, a pesquisa revelou uma interação entre fatores de risco genéticos, junto a fatores de risco ambientais na predisposição dos indivíduos apresentarem transtorno afetivo bipolar. “Vimos que uma variante funcional que modifica a atividade de uma enzima — que degrada especialmente a dopamina — está associada ao risco de desenvolver o transtorno afetivo bipolar na presença de um trauma na infância", explica Gabriele Ghisleni, docente da Medicina. "Ou seja, naquelas pessoas que sofreram algum tipo de negligência físico-emocional ou algum tipo de abuso físico-emocional ou sexual", complementa Gabriele.
Ao avaliarem ambos os componentes para o risco, os pesquisadores perceberam a interação. “Só há predisposição ao transtorno se existir um trauma na infância, associado ainda ao fator de risco genético”, aponta a professora. A docente também ressalta que o fator genético, isoladamente, não é uma condição de risco.
A premiação — passagens aéreas e inscrição garantida para a próxima edição do congresso, que acontecerá no Rio de Janeiro em 2024 — motivou ainda mais a acadêmica Thayane Marins, uma das autoras do artigo. “Após entrar no grupo de pesquisa comecei a me interessar e compreender melhor sobre a pesquisa e a importância dela, principalmente para a medicina”, relata, “sempre tive interesse em apresentar algo em congresso e, no ano que vem, levaremos mais trabalhos”, conclui.
Redação: Caroline Albaini