Uma pesquisa desenvolvida pelo Programa de Pós-Graduação em Política Social e Direitos Humanos (PPGPSDH) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) identificou o perfil de pessoas em situação de rua em Pelotas. Foram entrevistados, através de questionário, 55 indivíduos que frequentaram o Centro de Referência Especializado em População de Rua (Centro-Pop) durante o mês de novembro de 2019.
O resultado aponta para as seguintes características: homem, preto, entre 30 e 59 anos, e com ensino fundamental incompleto. Os dados foram elaborados pelo Grupo de Antropologia e Direitos Humanos (GANDH), vinculado ao Grupo Interdisciplinar de Trabalho e Estudos Criminais-Penitenciários (GITEP), do PPGPSDH/UCPel.
Segundo o professor responsável pelo boletim técnico, Tiago Lemões, o objetivo principal em divulgar a pesquisa é instrumentalizar o poder público para tomar ações em relação aos moradores de rua no contexto da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). “É uma ferramenta de contribuição da Universidade para as políticas públicas, sobretudo as emergenciais que devem ser realizadas para as populações mais vulneráveis”, avalia.
O perfil obtido parte das seguintes estatísticas: 86,4% são homens e 13,6% são mulheres, o que comprova uma experiência majoritariamente masculina nas ruas. No quesito racial, 38,6% são pretos; 36,4% são brancos; 20,5% são pardos e 4,5% indígenas. Quanto à escolaridade, 75% não concluíram o ensino fundamental e 11,4% possuem ensino fundamental completo.
Uma das questões levantadas pelo estudo recai na faixa etária dos entrevistados. A maioria, 68,2% do grupo, possui entre 30 e 59 anos, considerada uma idade produtiva para o mercado de trabalho. Segundo o GANDH, tais dados demonstram a ineficácia de políticas voltadas à moradia, educação, renda e saúde.
A pesquisa, coordenada pelo professor Tiago Lemões, foi desenvolvida por equipe formada pela doutoranda Flávia Giribone e pelos mestrandos Piero Vicenzi, Alice Simoni, Marina Madruga, Sarah Emygdio, Rosana Chagas e Karen Lessa.
Redação: Max Cirne