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Pesquisa da UCPel aponta os prejuízos econômicos causados pela pandemia em Pelotas
17.06.2020 | 15:15 | #edr #coronavirus
Pesquisa da UCPel aponta os prejuízos econômicos causados pela pandemia em Pelotas

Uma pesquisa organizada pelo Escritório de Desenvolvimento Regional da Universidade Católica de Pelotas (EDR/UCPel) analisou os impactos econômicos gerados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em Pelotas. Demissões, endividamento e redução do faturamento foram os principais prejuízos apontados por cerca de 200 empresários que responderam um formulário disponibilizado on-line durante o mês de maio.  

A predominância das respostas veio dos setores do comércio e de serviços (geral), correspondendo a 69,1%. A pesquisa também contemplou os ramos da construção civil (11,8%), da indústria (8,1%), da saúde (5,9%) e do agronegócio (4,4%).

Segundo o economista e coordenador do EDR, Ezequiel Megiato, a crise econômica afetou cada setor de forma diferente. “O agro, por exemplo, cresceu nesse período. A indústria começou a ser afetada somente nas últimas semanas. O setor de serviços foi o mais afetado porque as pessoas postergaram as compras, perderam emprego ou tiveram seu salário reduzido”, avalia.

Cerca de 70% dos empresários que responderam o formulário são Microempreendedores Individuais (MEI) ou possuem Microempresas (ME) ou Empresas de Pequeno Porte (EPP), possuindo, em sua maioria, clientes do município (70,9%), seguido de clientes estaduais (15,5%) e nacionais (13,6%).

 

OS PRINCIPAIS PREJUÍZOS

Um número considerável de empresas precisou demitir seus funcionários. Cerca de 37,5% dos empresários tiveram de adotar essa atitude. Na média, foram sete demissões por empresa. Por outro lado, 9% realizaram admissões. Mesmo sendo poucas, a média de contratações foi de 20 funcionários.

Em relação ao mesmo período do ano passado, 78,7% dos empresários afirmaram que o faturamento reduziu. Em consequência disso, a inadimplência aumentou mais de 45%, acarretando em 30,1% empresas com endividamento. “Este é um dado importante para uma política pública que visa oferecer ajuda tributária”, acredita Megiato.

Mesmo com um impacto negativo nas finanças, 66,9% dos entrevistados demonstra estar conscientes e apoiar o isolamento social como medida eficaz para o enfrentamento à pandemia. Inclusive, 56,6% das empresas adotaram o home office e 30% afastou colaboradores por estarem no grupo de risco.

A pesquisa ainda contempla as expectativas para o restante de 2020 em relação ao faturamento, número de funcionários, investimentos na empresa, preços e custos de manutenção. Inclui também as perspectivas para inflação, valor do dólar, taxa de juros praticada pelo Banco Central e desempenho da economia em Pelotas. 

 

REVERTER A CRISE

“Dado o cenário ruim, a pesquisa demonstra que não está tão ruim quanto achávamos. Ainda assim, é preciso construir alternativas, através de políticas públicas e campanhas que valorizem os produtos locais, para encurtar o pessimismo das empresas, sem furar o isolamento social”, analisa Megiato.

A pesquisa completa foi apresentada esta semana para a prefeitura do município. O EDR também desenvolveu uma versão com dados coletados de empresas de todo o Estado, sendo esta remetida ao Governo do Rio Grande do Sul. O índice de confiança das pesquisas é de 95%.

Um novo estudo será realizado pelo EDR no segundo semestre do ano para obter um comparativo. Além da UCPel, os parceiros do projeto incluem instituições como Cipel, Sinduscon, Sindilojas, Sindicato Rural, Associação Comercial de Pelotas, Associação Rural de Pelotas, Federasul e Aliança Rio Grande.

 

Por: Max Cirne

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