O terceiro painel do Perspectivas RS, promovido pelo Escritório de Desenvolvimento Regional da Universidade Católica de Pelotas (EDR/UCPel), recebeu na noite de quarta-feira (09) o pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Miguel Rossetto (PT). Superar a crise econômica do Estado, reativar o Polo Naval de Rio Grande e finalizar a duplicação da BR-116 são prioridades de Rosseto caso seja eleito.
Através de uma análise do cenário político atual, Rossetto expôs o que na concepção dele é a realidade das próximas eleições. “Vamos disputar as eleições de outubro em um ambiente marcado pela instabilidade”. Para ele, esse cenário foi construído após o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef e a prisão do também ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. “Não há democracia que se sustente sem soberania popular. Não há legitimidade no processo sem a presença do ex-presidente Lula”, destacou o pré-candidato.
O impacto dessa vulnerabilidade na economia gaúcha se dá, segundo Rossetto, pelo fato do Rio Grande do Sul ter como característica a exportação de seus produtos e serviços. Ao depender de variáveis nacionais, como cambio, taxa de juro, programas públicos e financiamentos, o Estado se torna frágil e suscetível a intervenções externas. “Precisamos pensar em iniciativas que nos permitam recuperar a esperança, superar os 500 mil desempregados e resgatar investimentos”, enfatizou o convidado.
Além da influência externa, Rossetto aponta a ineficiência da atual gestão como a principal responsável pela grave crise financeira que o Estado vive. Garantia de trabalho e emprego, principalmente para a juventude, e pagamento em dia aos servidores públicos são apontados pelo pré-candidato como alternativas para a recuperação econômica. Para ele, é preciso liderar de forma eficaz articulando os recursos que o Rio Grande do Sul oferece. “Somos polo industrial de diversas atividades, temos capacidade agropecuária, infraestrutura qualificada e universidades potentes na produção de conhecimento”.
Em sua explanação, Rossetto apontou a desativação do Polo Naval de Rio Grande e a crise na cadeia do leite como situações que necessitam de intervenção urgente do governo. No caso dos estaleiros, o pré-candidato enfatizou o fato do Rio Grande do Sul ter conquistado os três mais modernos do mundo. Para ele, a recuperação dessa agenda é o ponto principal para o desenvolvimento industrial. “É inaceitável que um governador assista ser destruído o investimento mais importante da atividade industrial do Estado”.
Através do exemplo da Cooperativa Sul-Riograndense de Laticínios (Cosulati), localizada no Capão do Leão, o representante do Partido dos Trabalhadores falou da crise da cadeia leiteira. Segundo ele, a atividade tem um papel importante na economia e hoje, no Rio Grande do Sul, cerca de 25 mil produtores estão abandonando a atividade. “É preciso articular meios de manter e, principalmente, expandir a atividade, visto que somos altamente competitivos”.
Entre as propostas de Rosseto ainda consta a conclusão da duplicação da BR-116. Para ele, unir os eixos da atividade econômica precisa ser prioridade absoluta do governo. Honrar os salários de policiais e professores, melhorar o ensino das escolas públicas e possibilitar saúde para todos foram outros pontos destacados pelo pré-candidato. “O governo precisa voltar a funcionar. Queremos fazer um governo com diálogo, participação, respeito e cooperação de todos” .
O próximo painel do Perspectivas RS receberá, em 20 de junho, o pré-candidato Roberto Robaina (Psol). Em julho, o palestrante será Jairo Jorge (PDT). Todos os encontros são abertos ao público, sendo solicitada a doação de dois quilos de alimentos. As inscrições devem ser feitas através deste
link. Outras informações estão disponíveis no
site do evento.
Redação: Manuelle Motta