O levantamento das Áreas de Preservação Permanente (AAPs), flora e fauna do Arroio Pelotas fazem parte de uma parceria que deve ser estabelecida em breve entre Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Secretaria Municipal de Qualidade Ambiental e Ministério Público. As instituições unem-se para elaborar um panorama da ocupação das margens do Arroio, para estancar ou procurar reverter agressões ao meio ambiente.
A primeira etapa contemplaria o baixo curso do Arroio Pelotas, da ponte do Retiro em direção à foz, até o Canal São Gonçalo, trajeto caracterizado por latifúndios e ocupação urbana. "O Arroio tem valor histórico e ambiental, e está desprotegido", alertou o promotor Jaime Chatkin.
O apoio da UCPel vem através do Escritório de Perícias Técnicas Ambientais (EPTA), que já realizou ações semelhantes no Arroio Fragata. Em reunião com o promotor e o secretário de Qualidade Ambiental, Neiff Satte Alam, o reitor, José Carlos Bachettini Júnior, ofereceu o apoio da instituição com a expertise técnica da área ambiental, com a participação de professores e alunos.
A reunião para discutir o projeto ocorreu na tarde desta segunda-feira (02), com a presença, ainda, do pró-reitor Administrativo, Eduardo Santos, do coordenador do EPTA, professor Maximiano Cirne, e do coordenador de Graduação, José Antônio Weykamp da Cruz. A parceria deve ser formalizada em breve.
Projeto
O objetivo geral do trabalho contempla três partes. A primeira, inventariar, classificar e conhecer a biodiversidade dos ecossistemas do entorno do Arroio Pelotas. A segunda, reconhecer os efeitos da urbanização na fauna e na flora da orla. A terceira, estabelecer um programa de educação ambiental para a população.
Dentre as ações propostas estão levantamento da diversidade de plantas, peixes, anfíbios, aves e mamíferos das principais áreas úmidas e APPs do entorno do Arroio Pelotas, além de análise da influência da estrutura dos habitats, da paisagem e dos parâmetros físico-químicos da água na riqueza e composição de espécies.
Reconhecer a percepção ambiental da população do entorno do Arroio Pelotas pelas áreas úmidas e conservação da biodiversidade é outro dos objetivos do projeto, que busca, ainda, oferecer informações para o manejo das áreas úmidas e da biodiversidade de uma área reconhecidamente importante do extremo Sul do Brasil.
Localizada nas porções Oeste, Centro-Sul e Sul do município de Pelotas, a bacia hidrográfica do Arroio Pelotas é a maior da região, totalizando aproximadamente 897 quilômetros quadrados. Seu curso principal mede cerca de 98 quilômetros, sendo abastecido por uma rede de afluentes componentes da malha hídrica que totaliza 1.202 quilômetros de extensão.
Além da riqueza natural, o Arroio Pelotas é considerado patrimônio cultural do Rio Grande do Sul.
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