A Universidade Católica de Pelotas (UCPel) foi palco na última sexta-feira (9) para discussão sobre o conceito de cidade. O seminário Terra, Água, Alimento: De quem é a cidade? ocorreu no Auditório Dom Antônio Zattera na última sexta-feira (9). Organizado pelo Observatório dos Conflitos da Cidade, o evento contou com a presença de quilombolas, indígenas, pescadores, agricultores familiares, acadêmicos e população em geral.
Na abertura, pela manhã, houve uma intervenção artística. Um grupo fomentou a discussão logo no início do evento ao cercar a área do Auditório Dom Antônio Zattera, proibindo o acesso às cadeiras, problematizando a ocupação de espaços. Tudo isso para elucidar, segundo a professora do curso de Serviço Social, Carolina Bunde, o modelo de cidade em que tudo é privado e no qual, para ter acesso, é necessário comprar ou pagar.
Na sequência, a professora da UCPel e ex-secretária da Cidade e Mobilidade Urbana de Pelotas, Josiane Almeida, fez explanações sobre o Plano Diretor de Pelotas,
alvo de polêmica no mês passado. A seguir, a militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Cláudia Favaro, apresentou a perspectiva dos movimentos sociais sobre o direito a habitação e o estímulo à luta e à resistência para garantir direitos.
À tarde, cinco Grupos de Trabalho realizaram discussões sobre Direito das Comunidades Tradicionais, Direito ao Alimento, Direito à Rua, à Mobilidade e Direito de Ocupar. Após a conversa, os GT’s tiveram a incumbência de fazer um relatório, entregue ao palestrante que encerrou o seminário, o professor do curso de Direito da Unisinos, Jacques Alfonsin. Ele esteve à frente da palestra “Reforma Urbana e Agrária, como podem produzir direito à cidade?”.
Sobre o tema do evento, a professora de Serviço Social e membro do Observatório de Conflitos da Cidade, Cristine Jaques Ribeiro, foi enfática: “A cidade não é de quem precisa, e sim do mercado. Nós vivemos em um contexto de privatização da cidade”. O observatório é composto por professores, alunos e egressos da UCPel.
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