O curso de Engenharia de Computação da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) realizou na noite desta terça-feira (23) seminário para debater o mercado de Tecnologia da Informação (TI) no Rio Grande do Sul. Na série de informações a que os acadêmicos tiveram acesso, chamou a atenção o volume de oportunidades à disposição não apenas no território gaúcho, mas em todo o país, onde o déficit por mão de obra é de 100 mil profissionais atualmente, com projeção de chegar a 400 mil em 2020. O setor hoje emprega 1,759 milhão de pessoas no Brasil.
A atividade foi aberta pelo conselheiro fiscal e diretor do Sindicato das Empresas de Tecnologia da Informação do Rio Grande do Sul (Seprorgs) em Pelotas, Sérgio Santi, que explicou aos presentes o funcionamento e objetivos da entidade. Ex-aluno e ex-professor da UCPel, ele contou que há dois anos o Seprorgs procurou modificar a atuação, deixando de ser apenas um sindicato patronal para se tornar uma plataforma de negócios. "Assim surgiu a plataformati.com.br, que tem o objetivo de apresentar todos os associados do sindicato e os serviços prestados por essas empresas de TI. Qualquer pessoa pode pesquisar e já está em desenvolvimento uma nova versão, que incluirá até ofertas de emprego, por exemplo", adiantou.
Conforme Santi, a entidade tem várias vertentes, sendo que a discussão do dissídio com o sindicato laboral é a principal delas. Mas, segundo ele, o Seprorgs adota postura contrária ao achatamento salarial para defender que as empresas paguem o quanto puderem. "O que se quer é que elas tenham liberdade para fazer isso, e não que se amarre e dificulte o seu desenvolvimento", pontuou, ao destacar que o representante patronal tem trabalhado fortemente para divulgar e ter políticas de recursos humanos e de treinamento, de forma que consiga manter os profissionais nas empresas.
Na sequência, falou o diretor de Desenvolvimento Humano do Seprorgs, André Streppel. Com mais de uma década de experiência na área de seleção de profissionais de TI, o palestrante é especialista em Negociação pela Fundação Getúlio Vargas e tem MBA em Gestão Empresarial pela Unisinos. Segundo ele, o segmento no Estado é diversificado e com muitas oportunidades de trabalho.
Hoje existem 13 mil empresas de TI no Rio Grande do Sul e a curva de crescimento segue ascendente. Conforme Streppel, 84% delas têm faturamento anual de até R$ 500 mil. "São empresas pequenas, de quatro a seis profissionais", frisou, ao pontuar que há oportunidades também em grandes corporações, que procuram o Estado pela mão de obra qualificada e constantemente estão contratando profissionais. Essas organizações representam 4% do mercado gaúcho, com faturamento oscilando entre R$ 3 milhões e R$ 30 milhões.
Segundo mapeamento realizado pelo Sebrae, o Estado tem 150 startups. Nesse cenário, a Região Metropolitana está à frente, com um total de 101 negócios do gênero. Na região de Pelotas, foram contabilizados 11. Streppel reforçou que startups são espaços com projetos inovadores, de alto potencial de crescimento, que utilizam o digital como ponto central de seu modelo de negócio e que buscam ser uma empresa real.
"O mercado de TI no Rio Grande do Sul dispõe de uma diversidade de estilos de empresa muito interessante para qualquer profissional da área e isso permite que os colaboradores sejam felizes trabalhando no Estado quando encontram uma companhia com uma cultura similar a sua”, afirmou, salientando que a necessidade de formação profissional deve acompanhar o ritmo da evolução da TI e a cultura empreendedora, mesmo quando se é funcionário.
A palestra fez parte da estratégia de regionalização das ações do Seprorgs. O seminário ainda contou com uma mesa de debates, formada pelos convidados e por professores da UCPel.
Nas fotos acima, André Streppel e Sérgio Santi durante explanação no evento