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Mais da metade dos universitários sofrem do Fenômeno do Impostor, segundo pesquisa da UCPel
14.12.2020 | 16:51 | #psicologia
Mais da metade dos universitários sofrem do Fenômeno do Impostor, segundo pesquisa da UCPel

O sentimento de inferioridade, decorrente da pessoa acreditar que sua competência não condiz com a posição pessoal ou profissional, pode estar relacionado com o Fenômeno do Impostor. Esse tema foi estudado pela acadêmica Mariana Ferreira, do curso de Psicologia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), em seu trabalho de conclusão de curso, “Farsa Despercebida: Prevalência do Fenômeno do Impostor em Universitários e Fatores Associados”.

A pesquisa, com orientação da professora Vera Figueiredo, revelou que mais da metade dos estudantes universitários desenvolvem a ilusão de serem uma fraude. Mariana escolheu o tema justamente por se identificar com esse sentimento. “Fiquei surpresa quando descobri que o que eu sentia era compartilhado por outros, e já possuía até mesmo um nome”, conta.

O Fenômeno do Impostor não é considerado um transtorno psicológico, porém agrega sintomas como ansiedade e insegurança quanto à própria capacidade. “Para o sujeito, o sucesso veio por consequências de fatores externos, como uma correção errada de um concurso qual aumentou sua nota”, explica.

 

Índices locais

Com aprovação do comitê de ética, a pesquisa quantitativa contou com uma amostra de mais de 500 estudantes da UCPel, que responderam formulário on-line. A prevalência da síndrome foi detectada em 70,7% dos participantes. Também foi medido o grau de satisfação dos universitários com suas vidas.

“Os resultados apontaram uma correlação moderada, indicando que quanto mais intensos os sentimentos do Fenômeno do Impostor, menor a satisfação com a vida”, analisa a acadêmica. Os índices mais altos apareceram em jovens dependentes financeiramente de terceiros e que não são os primeiros da família a ingressarem na graduação.

Além do ambiente acadêmico, a síndrome pode aparecer em outros contextos, como pessoal e profissional. Tem sido estudada desde 1978, tendo seu nome cunhado pelas psicólogas norte-americanas Pauline Clance e Suzanne Imes. É associada aos estudos de saúde mental e ainda há carência de estudos sobre esse constructo na população brasileira.

 

Redação: Max Cirne

Arte: Jenny Chang

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