O Instituto de Menores Dom Antônio Zattera (IMDAZ) completa nesta quarta-feira (3), 100 anos de dedicação e esforço em prol da educação e do cuidado com as crianças, adolescentes e jovens.

A instituição é parte da Mitra Arquidiocesana de Pelotas e foi fundada em 3 de julho de 1924.

Começou como Associação Protetora de Meninos Desvalidos. Apenas um ano depois, em 1925, passou a ser chamada de Asilo de Meninos Desvalidos de Pelotas ganhando personalidade jurídica sob a liderança de Dom Joaquim Ferreira de Mello, então Bispo de Pelotas. Inicialmente, o Asilo funcionava como externato em um prédio na rua Almirante Barroso, ao lado da Igreja Sagrado Coração de Jesus. 

Sustentado pela Diocese, o Asilo oferecia ensino gratuito aos meninos desvalidos, e se mantinha com subvenções governamentais, donativos e ofertas. Nos primeiros 18 meses, as condições materiais eram precárias, e a falta de professores afetava tanto a administração quanto o ensino. Porém, em 1926, a chegada dos Irmãos Lassalistas a Pelotas trouxe uma virada na história.

Em 1929, foi fundado o Grêmio dos Antigos Alunos, e diversas atividades extraclasse, como esporte e escotismo, foram introduzidas, enriquecendo a formação dos alunos. O 'Colégio da Igrejinha', como era conhecido, tornou-se popular, e o número de alunos aumentou de 140 em 1926 para 300 em 1938.

Dom Antônio Zattera assumiu a responsabilidade e, em 26 de março de 1944, inaugurou o Instituto de Menores de Pelotas, ampliando as ações do Asilo de Meninos Desvalidos de Pelotas, agora localizado na Avenida Domingos de Almeida, 3150.

Para o diretor do IMDAZ, padre Marcus Bicalho, a marca desses 100 anos é, sem dúvida,  poder inaugurar e viabilizar não apenas a escola infantil, mas também a escola de ensino fundamental. “É a escolarização competente. Tenho certeza que Dom Antônio embarcou nessa conosco”, declara.

Hoje, o Instituto de Menores Dom Antônio Zattera continua sua missão de oferecer educação e cuidado às crianças, honrando a visão de seus fundadores e adaptando-se aos novos tempos.

São 350 crianças e 49 funcionários que compõem a instituição e que mudou a vida de muitas pessoas. Os acolhidos têm alimentação garantida, apoio pedagógico e participam de oficinas como dança, música, taekwondo, ginástica, aula de informática, matemática e reforço escolar.

Além disso, existe o acompanhamento das famílias, distribuição de cestas básicas, dependendo da sua demanda e da sua carência.

Para a diretora do IMDAZ, Patrícia Frank, o trabalho tem uma grande importância, visto que além da parte pedagógica, as crianças também contam com a parte assistencial. “Além da alimentação, que é muito importante, elas têm cuidados especiais como serviço de fonoaudiologia, serviço de psicopedagogia. A UCPel também auxilia com o trabalho dos odontologistas e também dos psicólogos que vêm ajudar. É um projeto muito amplo que faz toda a diferença na vida das famílias em vulnerabilidade social”, salienta.

Segundo a professora e mãe do aluno do IMDAZ, Taís Feijó de Marco, o IMDAZ é a melhor coisa que aconteceu para ela e o filho. “Comecei como funcionária da limpeza e hoje atuo na educação infantil. Meu filho faz taekwondo, faz dança e outras atividades. Somos muito gratos ao IMDAZ, que fez a diferença em nossas vidas”. 

Para o reitor da UCPel, José Carlos Pereira Bachettini Júnior, o Instituto de Menores Dom Antônio Zattera tem sido fundamental na formação de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, oferecendo-lhes oportunidades e esperança. Celebrar seus 100 anos é celebrar um século de compromisso com a educação e o desenvolvimento. "É uma grande alegria para a Universidade Católica de Pelotas estar presente na trajetória do IMDAZ e poder comemorar este marco na história da instituição", conclui. 

A Universidade Católica de Pelotas parabeniza o IMDAZ pelos 100 anos. Que essa história de dedicação e transformação, construída com o apoio de muitos continue a moldar o futuro de Pelotas.

Redação Betânia Bierhals