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Igreja do Porto é reconhecida como patrimônio cultural do Rio Grande do Sul
Igreja do Porto é reconhecida como patrimônio cultural do Rio Grande do Sul Cerimônia de tombamento da Igreja como patrimônio do RS. Foto: Rita Wicth

A Igreja Sagrado Coração de Jesus, localizada no bairro Porto de Pelotas, foi reconhecida como patrimônio cultural do Rio Grande do Sul. A tradicional festa de Nossa Senhora de Navegantes foi a data escolhida para o tombamento, tornando o prédio de 1915 - reconhecido por sua arquitetura barroca romana - apto à receber recursos estaduais e federais de leis de incentivo à cultura.  

Desde 2020, o pároco Wilson da Mota lidera ações para a captação de recursos em prol da restauração da igreja, que teve parte de sua estrutura seriamente abalada durante a passagem de um ciclone no dia 31 de julho de 2020. “Nossa igreja tem uma importância ímpar. Desde a fundação da primeira sede, em 1912, guarda a vida e a história dos pelotenses”. 

Durante a cerimônia, a secretária de Estado da Cultura, Beatriz Araújo, destacou que o tombamento é um ato que envolve fé, história, arquitetura, arte, patrimônio cultural e união da comunidade pelotense em torno do propósito de preservar a edificação de grande valor. “Representa parte importante do passado, do processo de desenvolvimento econômico e da evolução urbana de Pelotas, o que a caracteriza como patrimônio cultural e justifica o seu tombamento”, frisou.

De acordo com a prefeita Paula Mascarenhas, o município, que reconheceu a importância da edificação em 2020, segue empenhado na busca dos recursos necessários à proteção da igreja. “É nossa obrigação entregar para as próximas gerações aquilo que recebemos. Sobretudo aquilo que fala de nós, aquilo que é memória, é história”, disse. 


Etapas do restauro


A obra é realizada com base no projeto já aprovado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LIC-RS) e está dividida em quatro etapas. Atualmente, encontra-se na segunda, considerada a mais importante por garantir sustentação do local, explica padre Wilson. 

A comunidade busca aproximadamente verba de R$2 milhões para restauração da cobertura da igreja no modelo original. Essa troca irá estabilizar a estrutura do prédio, que atualmente encontra-se escorada. Desse valor, R$600 mil já foram obtidos. Empresas contribuintes de ICMS/RS podem optar por destinar parte do seu imposto a pagar para patrocínios de projetos como o da Igreja do Porto. 

Após o término da obra de cobertura, as próximas etapas tratarão do piso, das paredes do altar para retornar às pinturas originais, da revitalização da área externa e do acesso principal com execução da nova escada adaptada a pessoas com deficiência. 


A igreja

 

A paróquia foi criada por um decreto em 1912. Em 31 de outubro de 1913, o então bispo Dom Francisco Barreto determinou a construção do atual prédio e nomeou uma comissão composta por pessoas da sociedade. As obras foram iniciadas em agosto de 1915. Com projeto do arquiteto paulista Frederico Sonnesen, seu corpo principal foi construído e inaugurado em 7 de setembro de 1916.

Nos anos seguintes, o prédio foi ganhando as feições atuais, com destaque para o erguimento dos alicerces da frontaria, em 1918, a colocação do pára-vento, com vitrais representando a aparição do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida de Alacoque, em 1921, seguidos pela inauguração dos três sinos em 1924 - batizados de Jesus, Maria e José -, e do fim dos trabalhos de pintura e decoração interna, em 1925, considerado o ano de conclusão da obra.

O projeto ressalta que, até hoje, a igreja mantém sua arquitetura original, apresentando a linguagem eclética do início do século 20, com influências clássicas. Obras foram feitas no decorrer do tempo, sem prejudicar suas características. Sua fachada elegante e sem excesso de adornos é um bom exemplo de arquitetura neoclássica religiosa.

 

Redação: Rita Wicth - MTB 14101

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