Alunos do curso de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comportamento da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) apresentaram trabalhos sobre a Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC-III) no 9º Encontro Mineiro de Avaliação Psicológica, realizado em conjunto com o 2º Congresso Latino-Americano de Avaliação Psicológica, de 22 a 25 de setembro, em Minas Gerais. As explanações foram orientadas pela professora Vera Figueiredo, que é pesquisadora do teste direcionado a mensurar a inteligência infantil.
Produzido pela mestranda Shana Della Vechia, o estudo “Formas reduzidas do WISC-III” foca uma versão menor do teste que, normalmente, é realizado em uma hora e meia. Reduzido para cerca de 25 minutos, o WISC-III pode ser melhor utilizado em avaliações clínicas e educacionais de crianças e adolescentes de seis a 16 anos.
Já o trabalho “Raciocínio abstrato dos surdos segundo teste WISC-III”, também produzido por Shana, juntamente com os colegas Tarso de Souza Meyer e Francielle Martins, abordou a elaboração de um sub-teste para avaliar o raciocínio de pessoas com problemas de audição de forma mais ampla. Para tanto, foi feita uma comparação entre surdos e ouvintes. “Foi um trabalho maior, adaptando o WISC-III para a análise da habilidade do raciocínio abstrato”, explicou Shana, ao citar que o estudo ganhou o prêmio de comunicação entre os trabalhos orais e resumos apresentados no evento.
Na pesquisa “Análise confirmatória do WISC-III para crianças com dificuldade de aprendizagem”, de Francisco Antônio Soto Vidal, o objetivo foi testificar se os fatores utilizados para este público, com idades de seis a 16 anos de Pelotas e Rio Grande, são os mesmos que servem para as crianças em geral. A resposta foi positiva, pelo menos no que se refere aos dois locais estudados. Entre os itens analisados, estiveram resistência à distração e velocidade de processamento.
Outro trabalho apresentado foi “Dificuldades na pontuação do conjunto verbal do WISC-III”, de Jaciana Araújo. O estudo mostrou áreas frágeis com as quais os psicólogos costumam ter problemas ao corrigir as respostas dos alunos nos testes.
Referência nacional
A cidade de Pelotas é considerada foco nacional de pesquisa quando o assunto é o WISC-III. E isto desde o ano de 2001, quando a escala americana foi adaptada e validada para o Brasil pela professora da UCPel Vera Figueiredo. “Nesse contexto, temos realizado pesquisas diferentes, investigando grupos específicos, mostrando uma visão de continuidade e atualização sobre o assunto”, explicou a professora. “A participação em congressos também estimula a produção científica e a formação paralela do aluno, fazendo com que o estudante continue com o gosto pela produção”.
O tema também foi explorado no capítulo “Testes psicológicos para avaliação de surdos: Uma breve revisão da literatura”, do livro “Perspectivas em avaliação psicológica”, lançado em 2010. Os alunos Antonielle Martins, Olga Viedo e William de Oliveira também participaram da elaboração do capítulo.