Através do Projeto de Extensão Saúde da Mulher, o curso de Fisioterapia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) oferece a gestantes e mulheres com disfunções no assoalho pélvico atendimentos personalizados. A proposta é fortalecer a musculatura e amenizar os incômodos da gestação.
Coordenado pela professora da UCPel, Estefânia de Moraes, o projeto atua com dois grupos específicos. Na parte de Uroginecologia, o foco são mulheres que apresentam alguma disfunção no assoalho pélvico, como incontinência urinária, incontinência fecal, prolapsos e disfunções sexuais. Com elas são realizados procedimentos a fim de reabilitar a musculatura, como orientações, exercícios pélvicos e eletroterapia.
Já na parte de obstetrícia, gestantes saudáveis a partir do 2º trimestre podem participar. Conforme explica a professora, a liberação de hormônios durante a gestação ocasiona inúmeros sintomas, como dor lombar e nas articulações. Além disso, o peso do útero pode causar incontinência urinária e outras disfunções relacionadas ao assoalho pélvico. Para evitar e prevenir problemas, são realizados alongamentos e treinamentos para a região. Com o grupo ainda é trabalhada a conscientização sobre os benefícios do parto normal, tanto para mãe como para o bebê.
Aprovado em fevereiro deste ano, o Projeto Saúde da Mulher complementa a atuação prática dos acadêmicos. De acordo com Estefânia, que ministra a disciplina de Fisioterapia em Ginecologia e Obstetrícia há oito anos, com a divulgação dos benefícios da fisioterapia em pacientes com tais disfunções, a demanda por atendimento aumentou e somente as aulas práticas não eram suficientes. “Muitas mulheres estavam com indicação cirúrgica, mas depois de 10 ou 20 sessões o médico suspendeu o procedimento. Esses resultados aumentaram a procura”, conta.
A partir disso, surgiu a ideia do Saúde da Mulher, que desde o início despertou interesse nas estudantes. No 9º semestre, a acadêmica Sabrina Soares Bonini viu no projeto a oportunidade de obter experiência nos atendimentos, visto que, após a conclusão do curso, quer seguir na área de fisioterapia pélvica. “Além de todo aprendizado e conhecimento que eu tenho adquirido nos atendimentos, eu vou sair da universidade bem mais segura para seguir em frente na profissão que eu escolhi”, avalia.
A experiência obtida nos atendimentos também foi determinante para a acadêmica Luísse Bernardi. Ela conta que, desde que começou a graduação, tinha o intuito de trabalhar com a saúde da mulher, voltada para gestantes. Além de exercitar a prática profissional, ela destaca o aprendizado pessoal. “Trabalhar com elas é muito interessante, aprendemos muito com a convivência. É possível perceber que a atenção que recebem faz bem não só para o psicológico, mas também para o corpo”.
Foi pensando nesses benefícios que a gestante Aline Porto se interessou pelo projeto. Ela está na terceira gestação e, diferente do que ocorreu nas anteriores, não pratica nenhuma atividade física. No projeto, ela tem a possibilidade de se exercitar, com acompanhamento específico. Além disso, Aline busca um terceiro parto normal e manter uma rotina de atividades pode auxiliar.
As interessadas em participar do projeto devem procurar a Clínica de Fisioterapia, localizada no Campus Dr. Franklin Olivé Leite. As vagas são limitadas. Mais informações podem ser obtidas também através do telefone (53) 2128-8518.
Redação: Manuelle Motta