A 18ª Semana Acadêmica do curso de Filosofia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) terminou nesta sexta-feira (22) com uma explanação sobre a filosofia africana. A palestra foi proferida pelo professor Jandir João Zanotelli.
Comparando a filosofia observada nos países da África à de locais como a Europa, Zanotelli falou do sentimento presente na cultura africana. “Na Grécia, o sentido do sentimento é uma aberração. O corpo é uma aberração, porque o homem é apenas alma, espiritualidade. É o tipo de filosofia que respinga na Índia. A África bota os pés e as mãos em cima disso. Essa não é a filosofia nem dos egípcios, nem dos bantos nem de qualquer outra parte da África”, disse Zanotelli.
O palestrante também exaltou as qualidades da filosofia africana no que se refere à valorização do ser humano ao citar o exemplo do professor emérito da UCPel Giovanni Baruffa, que acompanhava a atividade. Médico e pesquisador, o italiano Baruffa passou dez anos trabalhando na Organização Não-Governamental Médicos com a África, a Cuamm, atuando com leprosos e pessoas portadoras de doenças tropicais. “Como já citou em sua biografia, o professor Baruffa resolveu ir para o país porque sentia que tinha de dar uma resposta ao ensino e princípios que recebeu dos pais. E não era no raciocínio grego que ele encontraria essa resposta”, opinou. “Sabemos que a ética precisa ter coerência. Mas, quando a coerência se baseia em si própria, não vale. Um pensamento que não é capaz de pensar o seu povo não é filosofia, é estorvo”.
A palestra “A Filosofia Africana”, ministrada por Zanotelli, foi uma das últimas atividades da Semana Acadêmica, cujo tema principal foi a “Filosofia na Contemporaneidade”. O evento ocorreu de 18 a 22 de outubro na Católica.