A busca de uma vida melhor leva os migrantes a procurarem oportunidades em outros países. E a busca por conhecer esse processo é que leva as pesquisadoras do Mestrado em Política Social da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Simaia Ferreira e Vini Rabassa da Silva a partir em direção aos estudos sobre o processo migratório. As duas, aluna e orientadora, respectivamente, tiveram o trabalho apresentado no 19º Seminário Latino-Americano de Escolas de Serviço Social, que ocorreu na semana passada em Guayaquil, no Equador.

Intitulado “Emigrantes brasileiros em Madri: em busca de elementos de atração, manutenção e expulsão”, o trabalho traz análises e resultados parciais tanto sobre a conjuntura brasileira na década de 1990, quando houve significativa saída de brasileiros para outros países, quanto acerca do acesso às políticas sociais no país de destino.

“A migração é uma expressão social. O que leva essas pessoas a migrarem é o desemprego, e no Brasil há falta de políticas sociais para empregos estáveis”, explicou Simaia. Um emprego com menor status mas maior renda do que no país de origem é o fator preponderante para a permanência dos brasileiros em Madri. A possibilidade de enviar remessas financeiras a familiares também pesa na situação. Para contribuir, mesmo os migrantes ilegais conseguem ter acesso à saúde e educação na capital espanhola. “Lá eles têm um estado de bem-estar social que aqui não temos”, pontuou.

A campo
Simaia agora faz as malas e segue o rumo que muitas das pessoas que são seu foco de pesquisa fizeram. Embarca para Madri e vai se integrar ao meio vivenciado pelos migrantes. A coleta de dados será diretamente no local pesquisado. “Quero me inserir no contexto deles para fazer entrevistas e observações. Quero viver o cotidiano. A realização de uma pesquisa é ir a campo, não ficar no imaginário e receber respostas por e-mail. Vivenciando, vou observar com mais rigor científico”, destacou.

Além da pesquisa de campo, a mestranda irá cursar duas disciplinas na Universidade Católica de Comillas, onde fica por três meses. “A experiência vai ser única na minha vida. Estudei muito e tive o apoio imprescindível da UCPel”, finalizou.