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Estudo da Fisioterapia foca na qualidade de vida de pacientes com doença renal
12.07.2013 | 15:10 | #fisioterapia
Estudo da Fisioterapia foca na qualidade de vida de pacientes com doença renal
Há alguns anos o curso de Fisioterapia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) vem contribuindo com estudos para promover a qualidade de vida de pacientes com doença renal crônica tratados pelo Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP). Uma nova pesquisa, realizada pelas acadêmicas Bruna Marques, Samantha Felippe, Camila Collazo e Fábia Barbier demonstrou que a realização do treinamento muscular inspiratório - realizado por um aparelho que dificulta a inspiração do ar -, associado ao cicloergômetro transdiálise (tipo de bicicleta utilizado durante a sessão de hemodiálise), melhora, principalmente, a função do sistema cardiovascular.

Para compor a pesquisa foram selecionados indivíduos que realizavam hemodiálise há pelo menos três meses, com frequência de três vezes por semana e que já praticavam com o cicloergômetro transdiálise. Antes de iniciar o treinamento muscular respiratório, os nove pacientes selecionados realizaram caminhada de seis minutos (utilizada para avaliar o grau de limitação funcional) em corredor reto e plano.

Logo após a avaliação inicial, as sessões de dez minutos de treinamento muscular inspiratório começaram a ser realizadas, lembra Camila. “Se logo após o treinamento inspiratório os sinais estavam estáveis, os pacientes realizavam ainda cerca de 20 minutos de bicicleta ao longo das sessões hemodiálise”, explica. 

Ao longo das 24 sessões, que ocorreram entre dezembro de 2012 e março de 2013 nos turnos da manhã, tarde e noite, os pacientes que realizavam hemodiálise já sentiram melhoras, principalmente relacionadas às cãibras, conta Bruna. “Geralmente pacientes renais apresentam diversas alterações no organismo como dores, cãibras, cansaço, falta de apetite, formigamento em mãos e pés, entre outras, levando à diminuição da tolerância ao exercício físico e prejuízo na qualidade de vida dessas pessoas”, diz. 

A dificuldade de respiração também é detectada em pacientes renais, explica Camila, pois a doença associada à hemodiálise pode gerar complicações musculares e pulmonares, o que leva à dificuldades na realização das atividades normais do dia a dia. O aparelho utilizado pelas acadêmicas para realização do treinamento muscular inspiratório e responsável pela significativa melhora da capacidade funcional se chama Threshold. “Esse aparelho fornece uma resistência maior quando o paciente inspira o ar através dele, o que favorece no fortalecimento da musculatura da região”, esclarece. 

No término de todas as sessões, as acadêmicas refizeram o teste de caminhada de seis minutos e obtiveram resultados positivos com acréscimo de cerca de 100 metros. “Tivemos indivíduos quem chegaram a fazer mais 700 metros, outros conseguiram realizar 400”, comenta Bruna, apontando que os índices obtidos pelos participantes da pesquisa chegaram bem próximos aos índices de pessoas sem problemas de saúde.

Além do aumento da distância percorrida, outros benefícios como melhora da função do sistema cardiovascular e o aumento da capacidade inspiratória também foram comprovadas pelas estudantes. 

Camila e Bruna contam que a pesquisa foi finalizada em março, mas ainda hoje os paciente do HU pedem o retorno da atividade por sentirem falta dos benefícios obtidos pela associação treinamento muscular inspiratório com o cicloergômetro. “Nosso desejo é que se consiga oferecer permanentemente o treinamento para os pacientes da hemodiálise”, diz Camila. 

Para as acadêmicas, os estudos realizados até agora pelo curso de Fisioterapia da UCPel demonstram o quanto a prática é importante para prevenir e retardar o progresso dos comprometimentos gerados pela doença renal crônica e pela hemodiálise, e que por isso, deviam estar presentes em todos hospitais que realizam a terapia renal. 

Pesquisa
Os pacientes ainda foram avaliados através de um questionário de qualidade de vida específico para quem tem a doença, mas as respostas dos participantes da pesquisa, mesmo com significativas melhoras no aspecto físico, não reverteram na percepção em qualidade de vida dos participantes. 

Conforme Camila, um dos aspectos do resultado pode ser atribuído ao fato de os pacientes selecionados no HU já terem uma qualidade de vida superior a outros doentes renais, devido ao uso do cicloergômetro. Outro aspecto apontado pela acadêmica foi o fato do questionário ser muito extenso e com avaliações subjetivas. A pesquisa contou com o apoio e orientação dos fisioterapeutas Gisele Farias, Rafaela Giusti, Roberta Palmeiro, Marilene Rabuske, Fábio Di Naso e Thamires Seus.
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