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Envolvimento, referência, preparação e ousadia são elementos trazidos na Aula Inaugural da Medicina
19.04.2013 | 16:35 | #medicina
Envolvimento, referência, preparação e ousadia são elementos trazidos na Aula Inaugural da Medicina
Alunos - de 50 anos atrás e atuais - estiveram reunidos na Aula Inaugural do curso de Medicina da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), que ocorreu na noite desta quinta-feira (18), no Auditório Dom Antônio Zattera. O palestrante, cirurgião Luciano Bastos Moreira, egresso da UCPel na turma de 1974, falou aos presentes sobre Formação Médica. Logo após, houve sessão de autógrafos durante o lançamento do livro Embriologia Médica, obra assinada pelo primeiro professor do curso de Medicina da Católica, Moacir Vitorino Jardim.

O palestrante saudou o professor Jardim, a quem teceu inúmeros elogios. Moreira mesclou depoimentos pessoais com os conselhos que deu aos estudantes. Na oportunidade, contou como, no primeiro ano do curso, começou a assistir e auxiliar em cirurgias, embora ainda não tivesse passado pela disciplina específica para essa atuação. "O aluno tem que se envolver desde cedo", disse. Ser referência entre os colegas e respeitado pela sua postura também foi um ponto mencionado pelo médico.

Buscar a educação continuada com pós-graduação para estar preparado quando a oportunidade chegar, e, no momento em que este requisito estiver cumprido, ousar, foram aspectos lembrados. Moreira recordou de quando fez a primeira cirurgia de câncer de esôfago sem abrir o tórax realizada no Estado. "Hoje todo mundo faz. Foi um ato de coragem? Foi. Mas isso é que distingue o profissional", afirmou.

Para encerrar, o médico contou aos presentes detalhes do salvamento que realizou em um restaurante de Porto Alegre no ano passado. Ele realizou uma traqueostomia de emergência utilizando uma faca de serra e uma caneta. "Eu estava almoçando na sala ao lado e o dono do restaurante me chamou. Tinha um senhor encostado na parede e o pessoal abanando", contou. Apesar das manobras para tentar desengasgar o aposentado, ele foi ficando roxo e desmaiou.  "Ele caiu como morto. Não tinha outra alternativa. Mais um minuto e ele morreria. Peguei os talheres de cima da mesa", disse. Com a faca, abriu a traquéia e logo o ar entrou. Em seguida, pediu que alguém trouxesse uma caneta sem carga e colocou no corte, permitindo a passagem do ar. À noite, foi procurado pelo jornal Zero Hora, que o convidava para visitar o paciente, que já estava em casa. A partir daí, o caso virou notícia nacional.

Homenagens
O professor Jardim rememorou episódios da fundação do curso, como o convite persuasivo de Dom Antônio Zattera para que viesse de Minas Gerais ministrar aulas para um grupo de alunos que estava matriculado mas não tinha professor. "Esta é uma noite gloriosa para nós", disse, emocionado.

Ao fazer a abertura do evento, o reitor José Carlos Bachettini Júnior - ele mesmo um egresso do curso - pediu uma salva de palmas em honra aos fundadores do curso, Dom Antônio Zattera e o médico Franklin Olivé Leite. Bachettini começou seu discurso mencionando uma frase do bispo. "O otimista pode até errar, mas o pessimista já começa errando". "Cinquenta anos se passaram e uma ideia que parecia quase impossível é realidade", disse, fazendo referência aos diretores e coordenadores deste tempo de trajetória e destacando a luta constante pela qualidade. "Este é um momento ímpar para todos nós", disse.

Ainda durante este ano, outras atividades alusivas aos 50 anos do curso de Medicina da Católica serão realizadas.

Testemunho
A coordenadora do curso de Medicina da UCPel, professora Vanessa Collete, foi uma das anfitriãs da noite e ressaltou a alegria em receber alunos, egressos e professores, ícones da história da graduação, em congratulação pelo cinquentenário do curso. "Nossa alegria é imensa por poder ouvir, nesta noite, as palavras de experiência e exemplos de formação do nosso egresso, doutor Luciano Bastos Moreira, e participar de um momento tão importante para o nosso primeiro professor, doutor Moacir Jardim, que hoje apresenta a todos uma valiosíssima obra na qual compartilha todo o seu conhecimento", disse.

Em seu discurso, a professora deu um depoimento pessoal de quando foi aluna e participou de momentos de aprendizado, crescimento e união. Enquanto era estudante, em 1999, o curso teve uma avaliação ruim no chamado "provão" do MEC e foi ameaçado de fechamento. Ela e os colegas optaram por agir em prol da Universidade com engajamento. "Comprometimento, envolvimento, confiança e orgulho são palavras que fazem parte da história do curso de Medicina da UCPel. O envolvimento dos alunos foi enorme. Não nos rebelamos contra o problema: afinal, os alunos eram parte daquilo e a Universidade precisava deles. Em nenhum momento houve vergonha. O que imperava era a vontade enorme de que desse tudo certo, porque ninguém queria deixar de fazer parte da UCPel", contou. 

Na época, os estudantes usavam uma camiseta que dizia: "a Medicina da UCPel vai acabar... vai acabar sendo uma das melhores do Brasil". "E, de fato, estávamos certos. Neste ano, fomos classificados pelo Guia do Estudante da Editora Abril como um dos melhores cursos do país", destacou.







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