O Auditório Dom Antônio Zattera da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) recebeu, na quinta-feira (09), o público que foi prestigiar o evento 1964: Lembrar para não esquecer. O seminário, que se estendeu até a sexta-feira (10), abordou aspectos relativos aos desdobramentos do período da Ditadura Civil-Militar no Brasil.
No primeiro dia, pela manhã, houve o minicurso Baú da memória: Trabalhando com testemunhos sobre a Ditadura, com a professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Caroline Bauer. À tarde, a plateia assistiu ao documentário Ainda existem perseguidos políticos no Brasil, dirigido por Vandré Fernandes e produzido pela ONG Acesso. À noite, foi a vez do debate intitulado Memórias da resistência à Ditadura no Brasil, com o jornalista e ex-militante da Ala Vermelha, Alípio Freire; o escritor do livro Japuara: Um relato das entranhas do conflito, Francisco Barros, e o assessor da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Gilney Amorim.
Em sua fala, Amorim destacou os 50 anos do Golpe Militar e a importância do fato para a nação brasileira. “São consequências que permanecem até hoje”, comentou. “Reconstituir a memória dos fatos, eventos, personalidades e movimentos é muito importante para que não fique só a menção dos vencedores nem somente o silêncio dos vencidos. É fundamental que haja uma leitura crítica sobre esses pontos para que as pessoas possam fazer seu próprio juízo”.
O assessor também resgatou particularidades do Rio Grande do Sul no período, como o papel de resistência contra o Golpe e a retomada do processo eleitoral após a Ditadura. “Não quero ensinar nada para os gaúchos, mas quero valorizar a luta de vocês”.
O evento prosseguiu na sexta-feira (10), com o minicurso Ditadura civil-militar na fronteira e interior do Rio Grande do Sul: Peculiaridades e possibilidades de estudo, as mesas-redondas As mulheres na resistência à Ditadura e Infância roubada: Sequestro e desaparecimento de crianças, a palestra A atuação do Ministério Público Federal na consolidação da Justiça de Transição, além de uma atividade cultural.
Realização
O Programa de Pós-Graduação em Política Social da Católica integrou a comissão de realização do seminário, juntamente ao Comitê pela Memória, Verdade e Justiça de Pelotas e Região, o Instituto de Estudos Políticos Mário Alves (IMA), o Ponto de Cultura Memórias em Movimento, o Grupo de Trabalho História do Movimento Docente, o Sindicato dos Bancários de Pelotas, o Sindicato da Alimentação de Pelotas e a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pelotas (ADUFPel/SSind).