/ Notícias / Dissertação aborda relação entre resiliência e depressão
Dissertação aborda relação entre resiliência e depressão
27.06.2012 | 14:42 | #psicologia
Dissertação aborda relação entre resiliência e depressão
O termo vem da Física e sua aplicação na área de saúde ainda é pouco utilizada. Originalmente, resiliência é a capacidade que materiais têm de voltar ao seu estado natural após serem submetidos a um esforço intenso, como uma tensão. Na saúde, refere-se à maneira como cada indivíduo supera determinados episódios de trauma. Nesse ínterim, Renata Bonati Peters Carrett defendeu, no início do mês, o estudo “Impacto das vivências de trauma precoce e da capacidade de resiliência na severidade de sintomas depressivos em adultos jovens”. O trabalho foi o último requisito de avaliação para obtenção do título de mestre em Saúde e Comportamento pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel).

Elaborada com a orientação do professor Ricardo Silva e co-orientação de Karen Jansen, a dissertação avaliou, entre junho de 2011 e março de 2012, 110 jovens, com idades de 18 a 29 anos e diagnóstico de depressão. “Estudos têm demonstrado a associação entre as vivências de trauma na infância como fator de risco para a depressão quando adultos. Uma vez que as vivências traumáticas na infância podem levar a prejuízos para o desenvolvimento das crianças e adolescentes, com manifestações significativas na vida adulta é que se buscou investigar, através deste estudo, o impacto destas vivências e da capacidade de resiliência do jovem na severidade dos sintomas depressivos”, explicou Renata. “Cada um irá perceber e sentir as experiências ao longo da vida de formas diferentes. Neste sentido, a maneira como percebemos e lidamos com os eventos estressores é que vão determinar o grau de resiliência alcançado, já que todos nós somos resilientes, uns mais, outros menos”.

Após avaliar as respostas dos participantes sobre severidade dos sintomas depressivos, vivências de trauma precoce e capacidade de resiliência, Renata observou que os jovens mais resilientes apresentaram menor severidade dos sintomas depressivos. “Outro dado relevante observado no estudo é que, entre os jovens com história de trauma precoce, a resiliência atuou como um amenizador dos sintomas depressivos, podendo ser um fator de proteção diante da severidade destes sintomas”, disse Renata.

Embora com a dissertação concluída, Renata não pretende encerrar por aqui suas pesquisas sobre o assunto. A ideia de investigar o motivo pelo qual algumas pessoas apresentam uma maior capacidade de passar por situações difíceis de uma forma mais saudável e adaptativa, surgiu como uma curiosidade ainda durante a graduação em Psicologia. Num futuro bem próximo, talvez, possa virar tema para artigos ou mesmo uma tese de doutorado, desta vez com o foco na possibilidade de ligação da resiliência com fatores genéticos.
Compartilhe:

Leia Mais
EU FAÇO
A UCPEL.
E VOCÊ?