O fato não irá alterar em nada o texto do decreto que aprovou o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Entretanto, os principais interessados na questão poderão, dentro de aproximadamente 30 dias, participar de consulta pública no portal do Ministério da Educação (MEC) para definir a data em que as mudanças na gramática entrarão em vigor. Para o diretor da Editora da Universidade Católica de Pelotas (Educat), Wallney Joelmir Hammes, a decisão é válida por seu caráter democrático.

A proposta é dirigida, entre outros grupos, a universidades, secretarias de educação, sindicatos de editores e de jornalistas. “Se o MEC estipulasse sozinho a época em que as regras serão implantadas, seria algo muito autoritário. Ninguém melhor que os próprios editores para definir quando querem que as mudanças entrem em vigor. Me parece uma boa ação”, opinou Hammes.

De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, o acordo ortográfico será adotado definitivamente pelo Brasil, no máximo, em 2011 ou 2012. Enquanto isso, além da consulta pública, contatos informais com editoras brasileiras, principalmente com as que trabalham com livros didáticos, estão sendo feitos para definir o cronograma de adoção do acordo o mais rápido possível.

Manual prático será lançado nesta semana
Estima-se que 0,43% das palavras no Brasil e 1,42% em Portugal serão modificadas. Parece pouco, mas, na prática, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa pode confundir a população em alguns aspectos. Para minimizar os efeitos desta brusca transformação, a Editora da UCPel (Educat) lança, no próximo dia 14, às 18h, o livro “A Ortografia Unificada da Língua Portuguesa”, organizado pelo professor Wallney Hammes. O manual, que traz as regras básicas necessárias para a adaptação ao novo contexto na grafia, acentuação e hifenização, já está disponível para venda na Educat mesmo antes de seu lançamento oficial. A livraria fica no saguão do Campus I da Católica (rua Gonçalves Chaves, 373).