Em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, foi realizada na tarde desta quarta-feira (29), no calçadão de Pelotas, uma atividade conscientizadora envolvendo cursos da área de saúde da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e da Universidade Federal (UFPel). A Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (AAPECAN) e a Secretaria Municipal de Saúde também fizeram parte da organização do evento.  

Envolvendo o curso de Enfermagem da UCPel e os cursos de Psicologia, Medicina, Odontologia e Nutrição da UFPel, a campanha, sob a temática Fumar: Faz mal pra você, faz mal pro planeta, proporcionou uma integração entre as instituições em prol do bem estar social sem tabaco. Além da medição de pressão arterial e exposição de banners explicativos, foi realizada no local a troca de maços de cigarro por mudas de plantas.

Segundo uma das organizadoras, a representante da Fundação de Apoio Universitário (FAU/UFPel) Maria Elena Silveira, está havendo uma mudança comportamental gradativa na sociedade. ”As pessoas estão vindo até nós, nem foi necessário uma abordagem mais direta, evidenciando uma maior preocupação com a saúde”, relatou, ao ressaltar, ainda, que essa mudança de postura é fruto da preocupação constante com a saúde na atualidade.

A professora do curso de Enfermagem da UCPel Eliana Domingues acompanhou os acadêmicos na atividade e afirmou que considera esse contato muito importante para os estudantes da área da saúde, pois “interagir com o público e ter contato com os problemas e dúvidas dos pacientes nesse tipo de proposta é fundamental para a profissão”. 

A estudante do quinto semestre de Enfermagem Zoéllen Novak diz que é gratificante ajudar na melhora da saúde das pessoas, dando orientação e indicando hábitos mais saudáveis. Segundo a estudante, cerca de 60% das pessoas que foram medir a pressão arterial afirmaram ser dependentes do vício. 

Na mesma data de comemoração do Dia Nacional de Combate ao Fumo, o Programa UCPel Mais Saudável completou cinco anos de existência. O coordenador do Programa, Roni Quevedo, esteve presente no evento. 

Quevedo é o responsável pela implantação do Programa que, desde sua concepção, teve por finalidade inibir o fumo dentro das dependências da UCPel. Para Quevedo, as campanhas ao ar livre, com distribuição de panfletos e contato direto com a sociedade, são efetivas, mas são necessárias mais medidas de orientação e prevenção contra o tabaco.

Segundo o médico, o Programa UCPel Mais Saudável foi idealizado para criar uma consciência no ambiente universitário quanto aos malefícios do tabaco. Ele ressaltou, ainda, a importância do Programa para áreas além das instituições de ensino. Além de criar um ambiente de estudo mais agradável, o Programa abriu espaço para o debate do tema, que, consequentemente, deu origem à criação da Lei Antifumo em 2009, proibindo o consumo de produtos fumígenos em ambientes de uso coletivo e fechados, sendo públicos ou privados. “O fumante passivo acaba por inalar mais elementos tóxicos que o próprio fumante ativo. Por isso, é tão necessário esse controle rígido”, completou.

O Dia Nacional de Combate ao Fumo foi criado em 1986, através da Lei Federal nº 7.488, com a finalidade de esclarecer as pessoas sobre os riscos de um vício tão presente na sociedade. É estimado que, atualmente, haja cerca de 1,2 bilhão de fumantes em todo o mundo, sendo que 38 milhões vivem no Brasil.

Ao longo dos anos, a comemoração da data ocorre juntamente com o desenvolvimento de ações nas escolas, unidades de saúde e ambientes de trabalho, além das medidas econômicas e legislativas, consolidado mudanças de comportamento na sociedade brasileira sobre toda problemática que envolve o tabaco.

Mais viciante que drogas como álcool, cocaína, crack e morfina, a nicotina atinge o cérebro em até vinte segundos: tempo bem mais rápido que o princípio ativo de qualquer outra destas drogas. Assim, a probabilidade de um indivíduo se tornar dependente da nicotina é muito alta. 

O cigarro é composto de mais de 4.700 substancias tóxicas. Entre as mais danosas estão arsênio, amônia, monóxido de carbono, corantes e agrotóxicos, que causam doenças pulmonares, cardiovasculares, impotência sexual, infertilidade feminina, catarata, entre outras várias doenças cancerígenas.

O Dia Nacional de Combate ao Fumo visa mobilizar pessoas de 16 a 50 anos de idade, alertando-os sobre consequências e estimulando a adoção de um comportamento mais saudável. O direcionamento dessa faixa etária se deve ao alto índice de jovens que experimentam e se tornam dependentes do fumo por toda a vida.

O Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional de Câncer (INCA), instituição responsável pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo, coordena as campanhas realizadas na data, elaborando materiais de suporte para estados, municípios, empresas, instituições e organizações não governamentais.