Como a educação católica pode auxiliar jovens a se tornarem mais solidários e éticos? Foi com este questionamento que centenas de professores de escolas católicas da região estiveram reunidos em mais uma edição do Dia Anec. Realizado neste sábado (11) na Universidade Católica de Pelotas (UCPel), o encontro apontou alguns caminhos como o resgate da identidade católica no ato de educar.
Com o tema “Educação e Humanização em Contexto”, o evento promovido pela Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec) convidou a irmã franciscana Cecília Riggo, o professor da UCPel, Alfredo Lhullier, e o professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Gomercindo Ghiggi, para contribuir com alternativas que amenizem o atual desafio de educar.
O Dia Anec iniciou com uma missa celebrada pelo arcebispo metropolitano de Pelotas e chanceler da UCPel, Dom Jacinto Bergmann, na Capela do Colégio São José. Para os professores, Dom Jacinto destacou durante sua fala sobre a grande missão de ser educador nos dias atuais. “A profissão de professor faz a diferença no mundo por poder ajudar na escolha de um caminho”, disse.
Logo em seguida, no Auditório Dom Antônio Zattera, os três convidados participaram de um painel. Na avaliação da irmã Cecília, o caminho para uma educação mais humanitária passa, necessariamente, por conhecimento, qualidade, resgate da identidade católica e humanização na educação.
A convidada ainda comentou sobre o grave ataque que a filantropia no país pode vir a sofrer caso a Reforma da Presidência seja aprovada (o novo texto prevê alterações nas isenções de contribuições à Previdência concedidas a entidades filantrópicas). “A cada R$100,00 de isenção recebida pelas instituições filantrópicas, R$386,00 são revertidos para a sociedade através de bolsas de estudo”, argumentou.
Já o representante da UCPel apresentou um panorama sobre a situação da educação atual. “A educação enfrenta uma crise devido mudanças rápidas e radicais promovidas pelo progresso tecnológico”, afirmou. De acordo com Lhullier, a tecnologia cria nações virtuais e proporciona o acesso irrestrito à informação. Como alternativa ao cenário, o docente da UCPel, que é psiquiatra, apontou a educação para o manejo das emoções, através de técnicas de domínio sobre si mesmo e o desenvolvimento da empatia.
Durante sua fala, o professor da UFPel questionou os motivos para o tema ‘educar através da humanização’ permanecer em pauta. Na avaliação do professor Ghiggi, educação é um ato político e, devido isso, é necessário um posicionamento.
Na UCPel, a reflexão proposta pela Dia Anec iniciou na noite de sexta-feira (10), com palestra sobre a Inter e Transdiciplinaridade para professores, coordenadores de cursos de graduação e gestores. O responsável pela atividade foi o diretor do Instituto Superior de Formação Humanística da UCPel, padre Flávio Martinez de Oliveira.
Reflexão e troca de experiências
Na avaliação do assessor da reitoria da UCPel, presbítero Guilherme Panatieri, o evento da Anec mostra os profissionais da educação comprometidos em realizar uma educação diferente. “Esse comprometimento reflete na construção de uma humanidade mais capacitada para promover a vida”, comentou. Ainda conforme o presbítero, é uma alegria para a UCPel receber um grande número de educadores católicos, representantes de diversas escolas católicas da região sul.
Foi a primeira vez que as professoras do Colégio São José, Aline Lima e Cristina Maubrigades, participaram do Dia Anec. Na avaliação das participantes, o evento auxilia para a construção e reforço da identidade católica. “Acho pertinente à troca de experiências proporcionada pelo encontro porque aponta um mesmo caminho para as escolas católicas seguirem”, avaliou.