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Despertando a criatividade e a solidariedade na Garte
07.05.2012 | 09:01 | #institucional
Despertando a criatividade e a solidariedade na Garte
Com 70 anos de idade e mais de 20 compartilhando suas experiências com a pintura, a simpatia de Doroti Ávila Zanuncio não se restringe ao ensino de técnicas artísticas. No curso ministrado desde 1989 no município de Capão do Leão, a solidariedade também é disciplina obrigatória na pintura acrílica. Todo o valor pago pelas alunas é destinado à montagem de ranchos, distribuídos no final do ano a famílias carentes. E as obras confeccionadas pela própria professora e por suas alunas, expostas e comercializadas em diversas galerias da região. No período entre 7 de maio e 1° de junho é a vez da Galeria de Arte da Universidade Católica de Pelotas (Garte/UCPel), onde “Despertando a Criatividade” fica exposta gratuitamente, de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.

Professora aposentada, Doroti conta que o interesse pela pintura veio logo após a aposentadoria, como forma de terapia ocupacional. Inicialmente, o trabalho era apenas realizado em tecido, mas a prática foi evoluindo e hoje o grupo pinta de tudo. Outra importante mudança foi no objeto a ser representado pelas telas: Doroti costumava fazer releituras de outras obras, o que, com a prática, desdobrou-se em trabalhos de cunho mais próprio e criativo.

O curso abriga aproximadamente dez alunas, quase todas de Capão do Leão, num salão cedido por uma Igreja do município. Por também ter esse cunho social, recebe bastante o apoio da comunidade. No ano passado as doações de ranchos favoreceram 55 famílias, cujo único requisito exigido para recebimento da ajuda é a manutenção de seus pátios limpos. “Me preocupo muito com o meio ambiente”, completa Doroti.

Grupo
Em exposição estão 27 obras resultantes deste trabalho – quatro pinturas das alunas Mara Regina Santos, Hélida Lourenson e Maria da Conceição Cuba; 12 de Doroti e 11 da aluna Graciele Souza, que devido seu autodidatismo ajuda a professora no ensino das técnicas de pintura às colegas, mesmo com seus 25 anos e apenas quatro de curso. A criatividade de Graciele foi algo que, inclusive, surpreendeu a professora mais experiente. “A pintura é uma terapia pra mim. Consigo por minha criatividade nas telas”, conta a aluna.

Mas, não pense que o grupo é formado apenas por gente inexperiente. Composto por alunas com idade entre 20 e 70 anos, a turma ainda mantém duas alunas que acompanham Doroti na atividade desde a criação do curso, em 89. “Uma estava grávida. Levava a barriga, depois o carrinho. Hoje o filho já tem mais de 20 anos”, relembra. Outra história marcante é do tempo em que Doroti voluntariava para a Emater, ministrando cursos de pintura no interior para agricultoras. Duas destas, devido esse aprendizado, hoje comercializam trabalhos manuais para o Rio de Janeiro, Estados Unidos e Líbia.

Comercialização
Mesmo com seu significado pessoal para as autoras, todas as telas à mostra na Garte também estão à venda, por preços que vão de R$ 20,00 a R$ 250,00. Esses valores, no entanto, ficam para as próprias alunas, como incentivo ao trabalho e, claro, para suprir os custos com materiais. A minúcia das artistas se reflete no resultado final e, consequentemente, nas vendas. Durante a entrevista, Doroti não se conformava com a inclinação de um quadro na parede. Perfeccionismo que gerou impecáveis flores, paisagens e imagens abstratas, as quais logo poderão decorar a casa de um apreciador. “Às vezes trago pra vender e fico com pena. Quase todas as telas a gente gosta”, finaliza.

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