Pulos, saltos mortais, cambalhotas, giros no ar. Todos esses movimentos são usados para encantar o público que costuma lotar os locais por onde o Grupo Tholl passa. Mas, por trás de toda a força e flexibilidade existem treinos exaustivos e, em função disso, muitas dores e desconfortos. Para prevenir e amenizar lesões causadas por movimentos que chegam muito próximos aos limites do corpo humano, o curso de Fisioterapia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) realiza, desde 2010, um projeto de assistência na prevenção e reabilitação da trupe.
Ao todo, 13 acadêmicos participam de avaliações e atendimentos que são prestados em locais como o Ambulatório de Fisioterapia da Católica, o Centro de Treinamento do Tholl e antes de algumas apresentações do grupo. “Também vamos ao local de ensaio para coletar informações e para ver se há alguém machucado”, explica a coordenadora do projeto, professora Daniela Gomez Martin.
De acordo com a professora, muitos dos movimentos realizados pelos artistas são criados por eles mesmos, o que pode contribuir para o aparecimento de lesões. “Eles sofrem bastante com tendinite, dor nos ombros e dores articulares, além de dores generalizadas”, aponta. Todos os tipos de atendimentos prestados ao grupo são discutidos em reuniões semanais. “Os problemas apresentados pelos atletas do grupo servem de estímulo para nossos acadêmicos pesquisarem sobre os mais diversos tipos de lesões”, diz.
Para a acadêmica do oitavo semestre, Manuela Miller, prestar atendimento aos atletas dos Tholl permite estar mais próxima da área que deseja seguir, que é a traumatologia. “Como eles possuem um trabalho bem repetitivo, conseguimos atuar na prevenção, através da detecção de qual movimento está levando à lesão, para tentar intervir precocemente”, avalia.
Douglas Paiva, que está há seis anos no Tholl, vê a parceria com o curso de Fisioterapia da UCPel como benéfica, visto que o auxilia a evitar lesões. “Iniciei no Tholl antes de existir esse assessoramento, que para nós se tornou essencial”, conta. Já para o argentino Lucas Chavarria, as intervenções dos acadêmicos vêm contribuindo para evitar o agravamento das lesões existentes em função dos movimentos acrobáticos que executa.
Parceria vitoriosa
Conforme o fundador do Tholl, João Bachilli, os atendimentos prestados pelo grupo da UCPel são importantes e, devido a isso, poderia até ser ampliado.
Segundo a coordenadora do projeto, a experiência para os acadêmicos renderá a publicação de oito artigos nos próximos meses, além de um significativo aprofundamento sobre as causas de lesões comuns à prática do esporte, principalmente na área da ginástica, que em muitos momentos levam o corpo ao extremo para realização da execução do movimento.