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Convite à Reflexão - Começa a Jornada Mundial da Juventude
28.07.2016 | 14:40 | #capelania-e-identidade-crista
Convite à Reflexão - Começa a Jornada Mundial da Juventude
Apresentação

Neste dia 27 de julho nosso convite à reflexão se volta para a Polônia, onde centenas de milhares de jovens se reúnem, por uma semana, para a grande festa da fé cristã: a Jornada Mundial da Juventude.

Apresentamos dois textos: “Um sonho se realiza”, sobre a abertura da JMJ em Cracóvia, onde 13 mil jovens do Brasil marcam presença, realizando um sonho longamente acalentado e que está se realizando, com a Presença do Papa Francisco.
O segundo texto traz a história e o significado desse evento, através de seus vários símbolos e atividades, realizadas em preparação e no seguimento, depois da Jornada.

Ficam para todos nós as três perguntas feitas aos jovens pelo Arcebispo de Cracóvia, D. Estanislau, que presidiu a missa de abertura (Veja o texto resumido de sua homilia).

Podemos seguir os principais eventos dessa jornada através de diversos sites e aplicativos, tais como a Página da JMJ 2016 Krakow.2916.com, ou do aplicativo oficial da JMJ Passo a Rezar.

Boa leitura e navegação!


Um sonho se realiza: a Jornada Mundial da Juventude na Polônia

O espírito da Jornada Mundial da Juventude, que brota do coração de Deus, tocou milhares de pessoas em todo o mundo. Ele renova a Igreja e provoca diferentes vocações e estilos de vida nos quais a juventude assume o seu compromisso como cristãos batizados. Por esta razão, o número de pessoas que se mobilizaram para participar da JMJ na Polônia aumentou à medida que elas experienciam o “fogo” que as impulsiona a planejar esta peregrinação, para reunir-se como uma Igreja Única, que leva à construção da “Civilização do Amor”.

No entanto, realizar esse sonho não foi uma tarefa fácil: implicou renúncia, planejamento, criatividade para realizar diversas atividades, a fim de poupar dinheiro e muita oração e preparação espiritual. A JMJ é a Igreja jovem em movimento, que se renova porque o Espírito a encoraja e a mantém viva! A previsão era de 7.000 participantes do Brasil. Na verdade, lá encontram 13.000 brasileiros, a terceira maior delegação, realizando um grande sonho...

Jovens de diferentes países enviaram suas histórias para o Comitê Organizador Local, contando como eles estão trabalhando para poder participar na próxima JMJ. Algumas dessas histórias vêm de países onde a fé é um assunto que não pode ser abordado ou onde há perseguição contra os cristãos. Um espaço foi criado para eles, porque se um membro sofre, todos os membros padecem com ele (I Cor 12, 26). (Veja essas histórias na página da JMJ). 

Quem não pode viajar para lá, pode participar de outra forma. Ninguém é excluído. Dom Frank Caggiano, arcebispo de Bridgeport, nos Estados Unidos, recorda que a jornada é para todos os católicos do mundo, e não só para os que puderem estar presentes em Cracóvia:

“Queremos que todos saibam que ninguém está excluído de uma peregrinação como esta. Cada um é chamado a ser um peregrino, independentemente de poder ou não viajar à Polônia. Queremos que cada jovem, que cada adulto jovem, saiba que faz parte desta peregrinação, fisicamente em Cracóvia ou espiritualmente em casa”.

Abertura da JMJ

Na abertura da Jornada Mundial da Juventude na Polônia, centenas de milhares de jovens se aglomeravam na Praça Central de Cracóvia e começaram orando pelas vítimas do terrorismo. O Arcebispo de Cracóvia, Cardeal Stanislaw Dziwisz, celebrou a missa de abertura, na tarde desta terça-feira (26/07), no Parque de Blonia. No início da Missa, pediu para rezar por todas as vítimas do terrorismo, em especial pelo sacerdote assassinado no ataque à igreja perto de Rouen, na França.

Apresentamos alguns tópicos de sua homilia. O tema foi o diálogo de Jesus ressuscitado com Simão Pedro às margens do Lago de Tiberíades, onde Jesus pergunta três vezes a Pedro se ele o ama, e diz ao apóstolo para apascentar as suas ovelhas. “Hoje, Jesus Cristo fala-nos em Cracóvia, às margens do rio Vístola, que atravessa toda a Polônia, desde os montes até ao mar.  A experiência  de Pedro pode transformar-se em nossa experiência e dispor-nos para a reflexão”, disse o Cardeal Dziwisz.

Coloquemo-nos três perguntas e procuremos as respostas.  Antes de mais perguntemo-nos: de onde viemos até chegar a este encontro? Como segunda pergunta: onde estamos hoje, neste momento da nossa vida? Como terceira coisa, perguntemo-nos: a partir deste momento, em que direção colocaremos o resto da nossa vida? O que é que vamos levar deste lugar?

Trazemos conosco medos e desilusões, mas também as nossas recordações e esperanças, os nossos desejos de vida num mundo mais humano mais fraterno e solidário. Damo-nos conta das nossas fraquezas, mas acreditamos que “tudo podemos naquele  que dá força”. Podemos enfrentar os desafios do mundo de hoje, no qual o homem faz as suas escolhas entre fé  e não crença, entre o bem e o mal, entre o amor e o seu contrário. “Muitos de vocês percorreram milhares de quilômetros e investiram muito na viagem, para poder estar hoje aqui. Estamos em Cracóvia que já foi a capital daquela Polônia  onde há mil e cinquenta anos chegou a luz da fé. A história da Polônia não foi fácil, mas procuramos sempre permanecer fiéis a Deus e ao Evangelho.” “Hoje, estamos aqui, porque Jesus Cristo nos reuniu. Ele é a luz do mundo. Amanhã, chegará até nós o Pedro dos nossos tempos – o Papa Francisco. A presença do Papa nas Jornadas Mundiais da Juventude é também uma nota característica desta festa da fé.”

O Cardeal Estanislau disse ainda que “Cracóvia vive do mistério da Divina Misericórdia, também graças à humilde Irmã Faustina e João Paulo II que sensibilizaram a Igreja e o mundo a este particular caráter de Deus. Regressando aos seus países, às suas casas e comunidades, levem a chama da misericórdia, recordando a todos que "bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia". Levem aos outros a chama de sua fé e acendam com ela outras chamas, para que os corações humanos batam no ritmo do Coração de Jesus, que é "fonte ardente de caridade". “Que a chama do amor envolva todo o nosso mundo, para que nele não haja mais egoísmo, violência e injustiça, e que em nossa terra se reforcem a civilização do bem, da reconciliação, do amor e da paz”, concluiu.

Neste 27/07 chega Papa chega à Polônia. Ele participará com os jovens dos principais atos desta Jornada: Celebrações, Via Sacra, músicas e danças populares polonesas, a Grande Vigília do dia 30 e Missa de Envio no dia 31. Tudo isso sob o signo da Misericórdia de Deus, nesse Jubileu do Ano Santo da Misericórdia. Acompanhe esses eventos pelo aplicativo oficial da JMJ Cracóvia 2016 “Passo a Rezar” ou na página oficial da JMJ Krakow2016.com

Números da JMJ de Cracóvia 2016

– São esperados 2 milhões de participantes nesta edição da Jornada, de mais de 100 países.

–  O número de jovens inscritos previamente chega a 600 mil. Desses, 13 mil são brasileiros. 150 voluntários do Brasil participam da organização do evento. De Pelotas, foram quatro jovens e os Padres Waldeir da Paixão Silva e Danilo Porto. 

– 14 locais de catequese serão em língua portuguesa, 5 deles coordenados por brasileiros, inclusive 30 bispos do Brasil.  

Dom Orani Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro, presente em Cracóvia, observa que há questões preocupantes, em particular a dos refugiados, a das ameaças terroristas e a da crise econômica, que afeta todos os países. No entanto, ele mantém a confiança: “Tudo isso gera preocupação, mas não pode chamar atenção apenas diante de um grande evento. São questões que precisam de prioridade o tempo todo. A Jornada é um evento muito pacífico e aberto a todos. Estou confiante“.


O que é a Jornada Mundial da Juventude

A Jornada Mundial da Juventude, também conhecida pela sigla JMJ, instituído pelo Papa João Paulo II em 20 de dezembro de 1985, reúne milhões de jovens de todo mundo, ligados à Igreja Católica. Tem duração de cerca de uma semana.

Essas jornadas visam celebrar a fé católica, para conhecer melhor a doutrina e  a prática dessa fé, e para construir pontes de amizade e esperança entre continentes, povos e culturas, além de compartilhar entre si a vivência da espiritualidade. Inspirado por grandes encontros de jovens do mundo em eventos especiais ocorridos no Domingo de Ramos em Roma, dos anos de 1984 e 1985, o Papa João Paulo II estabeleceu a Jornada Mundial da Juventude como um evento anual (que passou depois a ser com intervalos de dois ou três anos) com o objetivo de alcançar as novas gerações, propagando assim os ensinamentos cristãos.

O evento é realizado numa cidade escolhida de comum acordo entre dioceses e o Papa. Nos anos intermediários, as Jornadas são vividas localmente, no Domingo de Ramos, pelas dioceses ao redor do mundo. Para cada Jornada, o Papa sugere um tema, retirado de um versículo bíblico. Assim, cada Jornada possui um hino baseado no tema, patronos, intercessores e um logotipo. Durante a JMJ, acontecem eventos como catequeses, adorações, missas, momentos de oração, palestras, partilhas e shows, tudo em diversas línguas.

Na edição de 1995, em Manila, Filipinas o evento reuniu cerca de 4 milhões de pessoas, uma das maiores concentrações de católicos da história. 

A JMJ de 2013, realizada no Rio de Janeiro, Brasil, reuniu cerca de 3,7 milhões de jovens, sendo a segunda maior concentração de jovens da história desta forma de evento. Embora seja organizada pela Igreja Católica, a JMJ é um convite a todos os jovens do mundo. “A esperança de um mundo melhor está numa juventude sadia, com valores, responsável e, acima de tudo, voltada para Deus e para o próximo,” falou João Paulo II.

Rio de Janeiro 2013

A JMJ do Rio de Janeiro foi a primeira com a participação do Papa Francisco. O evento reuniu 3,7 milhões de fiéis e é considerado pelo RankBrasil – Recordes Brasileiros o maior evento cristão do país. A XXVIII Jornada Mundial da Juventude aconteceu de 23 a 28 de julho de 2013 no Rio de Janeiro, Brasil. Pela primeira vez, esse evento da Igreja Católica ocorreu em um país de língua portuguesa, e pela segunda vez em um país da América do Sul - o primeiro encontro no subcontinente foi na Argentina em 1987. 

O evento do Rio contou com a presença do Papa Francisco. Foi o primeiro encontro do novo papa com a juventude católica. Na celebração de encerramento, na paia de Copacabana, participaram cerca de três milhões de jovens, que escutaram com grande atenção a mensagem tocante do Papa Francisco e festejaram com grande empolgação. 

A JMJ Rio 2013 foi considerada como "o maior evento da história do Rio de Janeiro" pelo prefeito da cidade. O tema desta jornada inspirado em um versículo do Evangelho de Mateus: Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações! (Mateus 28:19).

Cracóvia 2016

Sua realização foi anunciada pelo Papa Francisco, na Missa de Envio no Rio de Janeiro, que a seguinte Jornada Mundial da Juventude seria realizada na cidade de Cracóvia, na Polônia. A Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora foram entregues aos poloneses por ocasião do Domingo de Ramos de 2014, em Roma. O tema da JMJ em Cracóvia está baseado nas bem-aventuranças do Evangelho, tal como as Jornadas Arquidiocesanas precedentes que serviram de preparação para o evento em 2016. 

O lema é "Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia" (Mateus 5:7)[6] , pois estas mesmas jornadas mundiais serão realizadas na cidade das revelações da Divina Misericórdia a Santa Faustina.  Em Cracóvia são esperados mais de dois milhões de jovens, entre eles 7.000 brasileiros, grupos de jovens de dioceses e de movimentos.

Aspectos Culturais e Tradições das Jornadas

A Jornada Mundial da Juventude é um evento semelhante a outros eventos direcionados ao público jovem, com uma diferença: tem uma marca católica, expressa na oração e na evangelização. Possui, como característica cultural, a presença e a unidade entre inúmeras nações e culturas diferentes: conhecer essas culturas, principalmente a do país anfitrião, e perceber o desaparecimento de fronteiras através da fé em comum. No entanto, o motivo principal do evento não é tal aspecto cultural, nem a presença do Papa, mas sim um encontro espiritual, segundo a fé católica em Jesus Cristo. O Papa Bento XVI, em seu balanço à Cúria Romana, criticou a tendência de a JMJ ser vista como um simples festival de rock eclesial, pois o evento é uma "festa que só surgiu após um longo caminho exterior e interior, tornando-se uma festa da fé em Cristo".

Tradicionalmente, os jovens levam para o evento bandeiras de seus países (ou também de seus estados/províncias quando é da nação-sede) para mostrar sua presença nos eventos e facilitar a identificação dos grupos. Outra tradição no evento é a troca de bandeiras, camisetas, artigos religiosos (cruzes, ícones, terços, bótons e outros) e outros objetos, como forma de iniciar novas amizades e promover o acolhimento entre as culturas. Conversas sobre a realidade do país dos outros jovens é muito comum e existe um grande intercâmbio cultural e social. Há também como tradição a peregrinação dos jovens, que devem se deslocar a pé para as catequeses da semana (locais próximos aos alojamentos) e para o local da Vigília e da Missa de Envio (normalmente distante em cerca de 10 quilômetros). E ainda, a tradição da acolhida ao Papa, desde a abertura com uma vigília até o encerramento evento com a Missa de Envio.

História da Cruz da JMJ

A Cruz da JMJ ficou conhecida por diversos nomes: Cruz do Ano Santo, Cruz do Jubileu, Cruz da JMJ, Cruz Peregrina. Muitos a chamam de Cruz dos Jovens porque ela foi entregue pelo papa João Paulo II aos jovens para que a levassem por todo o mundo, a todos os lugares e a todo tempo.  A cruz de madeira de 3,8 metros foi construída e colocada como símbolo da fé católica, perto do altar principal na Basílica de São Pedro durante o Ano Santo da Redenção (Semana Santa de 1983 à Semana Santa de 1984). No final daquele ano, depois de fechar a Porta Santa, o Papa João Paulo II deu essa cruz como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade. Quem a recebeu, em nome de toda a juventude, foram os jovens do Centro Juvenil Internacional São Lourenço em Roma. Estas foram as palavras do Papa naquela ocasião: “Meus queridos jovens, na conclusão do Ano Santo, eu confio a vocês o sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Carreguem-na pelo mundo como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade, e anunciem a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo podemos encontrar a salvação e a redenção”, disse o Papa João Paulo II, Roma - 1984.

Desde 1984, a Cruz da JMJ peregrinou pelo mundo, através da Europa, além da Cortina de Ferro (os países comunistas da época), e para locais das Américas, Ásia, África e Oceania, estando presente em cada celebração internacional da Jornada Mundial da Juventude. Em 1994 a Cruz começou um compromisso que, desde então, se tornou uma tradição: sua jornada anual pelas dioceses do país sede de cada JMJ internacional, como um meio de preparação espiritual para o grande evento.

O Ícone de Nossa Senhora

Em 2003, o Papa João Paulo II deu aos jovens um segundo símbolo de fé para ser levado pelo mundo, acompanhando a Cruz da JMJ: o Ícone de Nossa Senhora, Salus Populi Romani (Salvação do Povo Romano), uma cópia contemporânea de um antigo ícone encontrado na primeira e maior basílica para Maria a Mãe de Deus, no ocidente, Santa Maria Maior. “Hoje eu confio a vocês o Ícone de Maria... Contemplem a sua Mãe! Ele será um sinal da presença materna de Maria próxima aos jovens que são chamados, como o Apóstolo João, a acolhê-la em suas vidas” (João Paulo II, Roma, 18ª JMJ, 2003). 

O Papa Bento XVI, continuando o legado de seu predecessor, falou na cerimônia de entrega da Cruz e do Ícone da JMJ das mãos de um grupo de jovens alemães para uma delegação de jovens australianos no Domingo de Ramos de 2006, enfatizando porque o Ícone de Maria acompanha a peregrinação, junto com a Cruz da JMJ: “Nossa Senhora esteve presente no cenáculo com os Apóstolos quando eles estavam esperando por Pentecostes. Que ela seja vossa mãe e guia. Que ela vos ensine a receber a palavra de Deus, a valorizá-la e meditá-la em seu coração (Lucas 2:19) como ela fez com sua vida. Que ela possa ajudar-vos a permanecer fortes na fé ..., sempre atentos à palavra de Deus. Ao observarmos Maria no Ícone carregando seu Filho, ela nos ensina como levá-lo para o mundo” (Bento XVI, 2006). 

Pré-Jornadas

Uma Pré-Jornada envolve todos os eventos anteriores a uma Jornada Mundial da Juventude, com o objetivo de preparação espiritual ao evento. Em primeiro lugar, as peregrinações da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora, símbolos das jornadas, pelas dioceses e arquidioceses do país, atendendo a todas as regiões até chegar na cidade-sede nos últimos dias antes da semana da JMJ. No Brasil, em função da JMJ-Rio2013, essas peregrinações levaram o nome "Bote Fé Brasil". Em segundo lugar, os "Dias nas Dioceses", ou seja, dias anteriores ao evento nos quais os jovens estrangeiros ficam em outras cidades do país anfitrião, para conhecer as culturas regionais e orar junto a essa comunidade. A ideia dos Dias nas Dioceses surgiu com a JMJ de Paris, em 1997, e tem caráter opcional na jornada, porém facilita a evangelização dos jovens. No Brasil, em função da JMJ-Rio2013, esses dias levaram o nome "Semana Missionária" devido ao viés de missão, no qual o jovem contribui na evangelização da juventude.

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