Sete professores da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) subiram ao mais alto posto da carreira docente na instituição. Seguindo uma possibilidade criada no novo Plano de Carreira da categoria - aprovado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro) -, o grupo precisou cumprir uma série de requisitos que estão relacionados à sua história de vida, produção científica e contribuição para a academia. Todos eles são unânimes: a ascensão a professor titular representa um reconhecimento a todo o seu trabalho.
Para participar das bancas de progressão, é necessário cumprir os requisitos de exercício de pelo menos dois anos na UCPel, classe de Professor Adjunto IV; Avaliação de Desempenho Docente igual ou superior a 1.340 pontos; título de doutor e a existência de vagas.
Conheça, abaixo, um pouco mais sobre Vilson Leffa.
Vilson Leffa
Apaixonado pelo estudo das línguas, o professor Vilson Leffa vem de uma trajetória inversa à grande maioria de docentes: primeiro trabalho (dando aulas em cursos de línguas – mesmo antes de entrar para a graduação, Leffa já era fluente na língua inglesa) para depois a busca por formação. Após anos de prática docente, a graduação em Letras na UNISINOS foi o início de uma trajetória acadêmica extremamente bem sucedida, que prosseguiu com a realização de mestrado em Letras na UFSC e, em seguida, doutorado na Universidade do Texas (Estados Unidos da América), em Austin no ano de 1984. O pós-doutorado foi feito na Universidade de Bristol (Inglaterra) e concluído em 1990. Hoje é Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1C.
Antes de dar aulas na UCPel (iniciou em 1995), foi professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A pesquisa é uma das coisas a que mais gosta de se dedicar. Um dos temas que vem ganhando sua atenção atualmente é a produção de materiais didáticos para o ensino de línguas on-line. “Sou uma pessoa de vários interesses e quando sinto que um tema se esgota passo para outro. Muitos veem isso como um defeito, achando que o pesquisador deve associar seu nome a uma linha de pesquisa para o resto da vida, mas eu acho que é uma qualidade”, diz.
Por entender que nenhuma teoria sozinha pode dar conta de explicar a realidade, o interesse pela Teoria da Atividade, com base em Vygotsky, do Pensamento Complexo e do Caos, foi exposto em dois textos: Transdisciplinaridade no ensino de línguas: a perspectiva das Teorias da Complexidade, de 2006 e Vygotsky e o ciborgue, em 2009.
Na área acadêmica, tem cerca de 50 artigos em periódicos, 30 capítulos de livros, dez livros organizados e mais de cem trabalhos publicados em anais, tratando de temas voltados para a educação como autonomia da aprendizagem, ensino da leitura, produção textual, o léxico na aprendizagem de línguas, interação na sala de aula, produção de materiais didáticos, política de línguas e formação de professores.
Um dos seus livros mais citados é Aspectos da Leitura: Uma Perspectiva Psicolinguística, publicado em 1996, mas escrito em 1986. “Ficou na gaveta dez anos, por falta de persistência minha em tentar a publicação depois de ter sido rejeitado duas vezes. Aprendi depois que é preciso insistir; há muitos best-sellers que foram rejeitados mais de dez vezes”, complementa. O segundo mais citado, publicado em 1994, foi Autonomy In Language Learning.
Leffa orgulha-se de ter ajudado a divulgar o trabalho de outros pesquisadores. “Comecei organizando congressos, no tempo em que trabalhava na UFRGS e depois aqui na UCPel”. Foi fundador da revista Linguagem & Ensino, organizou vários livros, reuniu trabalho de colegas e compilou o CD TELA (Textos em Linguística Aplicada), em quatro edições, a última com mais de 5 mil textos, incluindo 23 anais de congressos, 22 livros, todas as edições de Linguagem & Ensino, 214 dissertações de mestrado e 170 teses de doutorado.
Para o professor, o reconhecimento pela UCPel de professor titular é importante pelas portas que abre na academia. “É um reconhecimento que vai além de minha pessoa e além da própria Universidade, na medida em que incluiu avaliadores externos, que perceberam a seriedade e profissionalismo na organização do concurso”, diz. Mais informações sobre o professor Leffa podem ser obtidas
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