Sete professores da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) subiram ao mais alto posto da carreira docente na instituição. Seguindo uma possibilidade criada no novo Plano de Carreira da categoria - aprovado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro) -, o grupo precisou cumprir uma série de requisitos que estão relacionados à sua história de vida, produção científica e contribuição para a academia. Todos eles são unânimes: a ascensão a professor titular representa um reconhecimento a todo o seu trabalho.
Para participar das bancas de progressão, é necessário cumprir os requisitos de exercício de pelo menos dois anos na UCPel, classe de Professor Adjunto IV; Avaliação de Desempenho Docente igual ou superior a 1.340 pontos; título de doutor e a existência de vagas.
Conheça, abaixo, um pouco mais sobre Elaine Albernaz.
Elaine Pinto Albernaz
A história acadêmica da professora Elaine Albernaz sempre esteve ligada à saúde infantil. Formada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em 1988, ela fez residência médica em Intensivismo Pediátrico no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Fez seu mestrado, doutorado e pós-doutorado em Epidemiologia pela UFPel, este último ligado ao Projeto Multicêntrico Intergrowth 21st, que busca construir as novas curvas para avaliar o crescimento fetal e também dos prematuros. Ainda hoje atua no projeto, realizando a avaliação do neurodesenvolvimento das crianças brasileiras que participam do estudo.
Atuou com a Pastoral da Criança, idealizada pela pediatra Zilda Arns e colabora permanentemente como revisora do Guia da Líder, ferramenta de promoção da saúde infantil. Auxiliou na campanha de prevenção à morte súbita do lactente.
Participando do Estudo Internacional Multicêntrico das Curvas de Crescimento, projeto da Organização Mundial de Saúde (OMS) que originou as atuais curvas de referência para o acompanhamento infantil, teve contato com expoentes da área materno-infantil e oportunidade de intercâmbio com profissionais dos Estados Unidos, Noruega, Gana, Omã, Índia, Inglaterra e Holanda.
Ingressou na UCPel em 1999 e, em 2002, desenvolveu o projeto de implantação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança, no Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP).
No mesmo ano, assumiu a coordenação da criação do Projeto de Auditoria de Óbitos Infantis, junto à Secretaria Municipal de Saúde.
Nas atividades de pesquisa, foi bolsista de agências de fomento como Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), CNPq e Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), além de revisora de projetos para o CNPq e Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS).
Em 1999, foi convidada a participar do corpo docente do Núcleo de Pediatria da UCPel. E, assim, começava uma série de atuações na Católica: em diversos setores do Hospital São Francisco de Paula, na Graduação, Pós-Graduação, em projetos de pesquisa, no Comitê de Ética, em coordenação de núcleos, conselho consultivo e coordenação de programa de residência médica. Segundo ela, foram várias disciplinas ministradas, convívio com profissionais de várias áreas e muito aprendizado pessoal e profissional.
Em 2002, integrou-se ao conjunto de professores do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comportamento. Entre as disciplinas da graduação, participou das seguintes: Pediatria, Internato em Saúde Coletiva, Atenção Primária em Saúde e Necessidades em Saúde. Na pós-graduação, Métodos Quantitativos de Pesquisa e Tópicos em Epidemiologia, e no mais novo curso, o Mestrado Profissional em Saúde da Mulher, Criança e Adolescência, as disciplinas de Práticas Preventivas em Saúde Materno-Infantil, Saúde no Ciclo Vital e Conceitos e Aplicações em Epidemiologia.
Durante cinco anos, foi coordenadora do Núcleo de Pesquisa da Escola de Medicina e em 2006 foi Assessora da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão. Foi membro do conselho consultivo da Escola de Medicina em duas gestões e coordenadora do Núcleo de Pediatria e Programa de Residência Médica em Pediatria. Participou também do corpo editorial da Revista de Saúde da Universidade.
Para ela, a trajetória acadêmica coroada pela progressão a titular é especial principalmente por estar ligada a um trabalho de prática de assistência e docência, tanto na graduação como na pós-graduação, aliando atividades de pesquisa. "Fiquei muito contente. A Universidade me permite atuar em atividades diversas, sempre na minha área, materno-infantil, o que me provoca a estar sempre atualizada. Trabalho aqui com muito gosto", disse.