Sete professores da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) subiram ao mais alto posto da carreira docente na instituição. Seguindo uma possibilidade criada no novo Plano de Carreira da categoria - aprovado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro) -, o grupo precisou cumprir uma série de requisitos que estão relacionados à sua história de vida, produção científica e contribuição para a academia. Todos eles são unânimes: a ascensão a professor titular representa um reconhecimento a todo o seu trabalho.
Para participar das bancas de progressão, é necessário cumprir os requisitos de exercício de pelo menos dois anos na UCPel, classe de Professor Adjunto IV; Avaliação de Desempenho Docente igual ou superior a 1.340 pontos; título de doutor e a existência de vagas.
Conheça, abaixo, um pouco mais sobre Carmen Matzenauer.
Carmen Lúcia Barreto Matzenauer
A trajetória da professora sempre esteve ligada à sala de aula. Vinda de uma família que valorizava a docência e sendo aluna exemplar, Carmen Matzenauer seguiu a carreira na área de Letras por admiração a uma tia que tinha esta profissão. Fez o então Curso Normal - hoje Curso de Magistério e ingressou, em 1968, na Universidade Católica de Pelotas como estudante de Licenciatura Plena em Letras - Português/Inglês. No segundo ano de graduação, começou a trabalhar como professora de inglês. Lecionou em escolas particulares e públicas. Também possui formação em Direito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Foi no ano de 1978 que surgiu a possibilidade de um grande salto profissional: o ingresso na docência universitária, como professora da UFPel. Em 1982, assumiu a direção do Instituto de Letras e Artes da instituição. Foi, também, coordenadora do curso de Letras.
Cursou mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), na área de concentração em Linguística Aplicada.
Durante os estudos de pós-graduação, interessou-se pela área da Fonologia, campo até então incipiente.
Em janeiro de 1994, ingressou na UCPel como docente do Mestrado em Letras, que iniciava naquele ano. Em 1997, assumiu a coordenação do curso, cargo de liderança que ocupou por mais de 16 anos, quando deixou a coordenação para continuar seus estudos em pós-doutorado. Nesse período, o curso foi reconhecido pela CAPES e evoluiu, dando espaço para a criação do doutorado, que obteve a nota 5, que mantém até hoje.
Carmen foi a orientadora da primeira dissertação de mestrado da UCPel, defendida em 1996. Aqui, pôde dedicar-se à pesquisa em âmbito de pós-graduação, desenvolver projetos, publicar e ampliar sua inserção no universo acadêmico do Brasil e do mundo.
Seu destaque na área de pesquisa lhe propiciou acesso a três atividades importantes. É membro da Comissão Científica da UCPel e também foi membro do Comitê Assessor de Artes e Letras da Fapergs e do Comitê de Assessoramento de Letras e Linguística do CNPq. De 2011 a 2012, foi também coordenadora deste Comitê - são duas pessoas escolhidas em todo o país -, em função do desempenho como docente e pesquisadora.
É pesquisadora de nível 1B do CNPq. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Fonética e Fonologia, e atua principalmente com Aquisição da Fonologia, Fonologia do Português, Fonologia Clínica, Fonologia Autossegmental e Teoria da Otimidade.
Para a professora, a progressão a titular é um passo importante para a própria Universidade e para o corpo docente, já que abre a possibilidade de que venham a ascender ao nível mais alto da carreira do magistério. "É um reconhecimento da capacidade dos docentes dessa instituição", pontuou.