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Comércio e serviços são os setores mais afetados pela pandemia em Pelotas
30.06.2020 | 10:08 | #edr #coronavirus
Comércio e serviços são os setores mais afetados pela pandemia em Pelotas

A Universidade Católica de Pelotas (UCPel), através do Escritório de Desenvolvimento Regional (EDR), divulga mais dados a respeito da pesquisa realizada durante o mês de maio com cerca de 200 empresários locais. Agora, a abordagem recai sobre os quatro principais setores da cidade: comércio, serviços, indústria e agronegócio.

“O recorte se fez necessário pela representatividade dos setores dentro da economia de Pelotas”, comenta o coordenador do EDR e responsável pela pesquisa, Ezequiel Megiato. O destaque é direcionado para o comércio e serviços, que representam 74% do PIB, abrangendo cerca de 70 mil empregos e 85% das empresas situadas na cidade.

 

Os mais prejudicados

Apesar de serem os mais favoráveis às medidas de isolamento social, com aprovação de 62,9% (comércio) e 72,9% (serviços), os dois setores foram os mais atingidos pelos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Em relação ao ano passado, o faturamento apresentou redução para 76,2% dos empresários do setor de serviços e para 94,3% dos do comércio. Já os índices para a indústria e o agronegócio foram de 66,7% e de 33,3%, respectivamente.

O encolhimento nos lucros acarretou em altos níveis de demissões, vide que 57% das empresas do comércio desligou seus colaboradores. Os números foram de 36,7% para a indústria e 32,2% para serviços. Tais condições econômicas contribuíram para o aumento da inadimplência, que foi maior no setor de serviços, atingindo 54,2% das empresas. Já no comércio foi de 37,1%.

 

Os menos prejudicados

O agronegócio, por outro lado, foi o menos afetado pela crise, apresentando o menor índice de inadimplência (16,7%) e nenhuma demissão identificada pela pesquisa. O agro também foi o setor que mais aderiu, com 50% dos entrevistados, à Medida Provisória 936 do Governo Federal, voltada à preservação dos empregos. Os índices foram de 40% de adesão no comércio, 36,7% na indústria e 23,7% em serviços.   

A indústria destaca-se como o setor que mais contratou durante o período e, também, o que mais aderiu ao home office. Sendo assim, 20,7% das empresas da indústria realizaram novas contratações e 76,7% adotaram o home office para seus colaboradores. Já a inadimplência apareceu para 53,4% das empresas do ramo.

O prejuízo ficou latente em relação ao aumento de custos de manutenção, afetando 50% dos empresários do agronegócio e 53,3% dos da indústria. O comércio apresentou 42,9% e serviços apenas 25,4%. Tal acréscimo foi repassado para os preços, que subiram em 33,3% das empresas do agro, 20% das do comércio, 10,3% das da indústria e 8,5% das de serviços.

 

Divulgação dos resultados

“A pesquisa ajuda a entender a dinâmica econômica da cidade e, mais do que isso, a construção de uma possível retomada”, comenta o coordenador do EDR. Os dados obtidos, segundo Megiato, podem auxiliar a prefeitura no entendimento de como conduzir daqui para frente a política pública, a fim de priorizar os setores mais afetados, que, coincidentemente, são os mais representativos para a economia local.

O estudo completo será apresentado em uma reunião, nesta semana, para o Comitê Pró-economia, um grupo formado por representantes do Poder Público, iniciativa privada e área acadêmica. A partir dos resultados, o comitê deve sugerir medidas para minimizar os prejuízos, uma vez que, segundo a pesquisa, mais da metade dos empresários (independente do setor) possui uma expectativa de redução no faturamento para o restante do ano.

 

Redação: Max Cirne

 

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