O Centro de Extensão em Atenção à Terceira Idade da Universidade Católica de Pelotas (CETRES/UCPel) promoveu na tarde desta quarta-feira (08) uma atividade da oficina História Oral: A Arte de Compartilhar Memórias, voltada para o resgate de histórias da infância dos idosos membros do CETRES. O evento intitulado Memórias da Infância ocorreu no saguão do Campus I da UCPel e proporcionou a integração entre gerações, havendo uma troca de ensinamentos entre idosos e alunos de duas escolas convidadas.

Alunos das séries iniciais da Escola Nossa Senhora da Luz e da Escola Estadual Dr. Francisco Simões foram recebidos com muito carinho e felicidade pelos idosos. Relembrando as memórias dos tempos do passado, os integrantes do CETRES prepararam um conjunto de atividades alusivas a sua infância e expuseram bonecos de pano, comidas e, também, brincadeiras lúdicas da época para as crianças.

A aposentada Elisa Velleda ressaltou a criatividade das brincadeiras de outros tempos. “Costumava fazer bonecas de retalhos para brincar, pois não tínhamos condições de ter as bonecas caras vindas da Europa. Tínhamos que improvisar naquela época”, disse.

Para a integrante da oficina, Sabrina Silva, a atividade é importante, porque estimula o resgate das lembranças do passado para que elas não se percam no decorrer do tempo. “Hoje as crianças ficam por muito tempo em frente ao computador e não se divertem de forma criativa como antigamente”, acrescentou.

Coordenada de forma voluntária pela pedagoga, psicopedagoga e mestre em Ciência da Educação, Mara Rita Giacomelli, a oficina História Oral: A Arte de Compartilhar Memórias ocorre todas as quartas-feiras e tem por finalidade proporcionar um resgate das memórias do passado através do estímulo ao repasse de experiências e vivências entre os idosos.

São notáveis os benefícios proporcionados pela constante interação social na saúde do idoso, sendo observada uma melhora na autoestima por se sentirem importantes ao terem ouvintes dispostos a dar atenção a suas histórias. Para a coordenadora do CETRES, Sulanita Arruda, se a busca pelas memórias do passado não forem estimuladas, logo se perderão por completo. “Relembrar as memórias da infância servirá para que as crianças possam experienciar novas brincadeiras e diversões, demonstrando a elas outra realidade, além da mediada apenas pelo computador e pela televisão”, opinou. “Também é criada uma relação de importância e admiração ao papel dos avós e a sua bagagem de vida, substituindo, por conseguinte, o conflito por uma integração de gerações”.

Reconhecimento
O trabalho realizado na oficina História Oral: A Arte de Compartilhar Memórias foi selecionado para ser apresentado na 14ª Jornada de Inverno da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Rio Grande do Sul, ocorrida em junho deste ano, em Porto Alegre. O evento abordou diferentes aspectos do cuidado com o idoso, explorando as fragilidades adquiridas com a chegada da terceira idade e as possíveis prevenções e tratamentos.

Elaborado por Sulanita e Mara, o pôster apresentado na jornada foi muito bem aceito pelo público e chamou a atenção pela sua metodologia diferenciada. “O trabalho realizado pelo CETRES foi muito discutido entre os frequentadores do evento pela sua fuga das atividades convencionais de viagens e atividades artísticas”, disse Sulanita.