As doenças não têm hora marcada para chegar e, para piorar a situação, nem sempre os familiares dos enfermos estão preparados para lidar com o estresse emocional ocasionado pelos problemas de saúde. Essa reflexão faz parte de uma série de observações realizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros Fátima, Py Crespo e Pestano, uma iniciativa que nasceu no curso de Pedagogia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel).
As práticas pedagógicas proporcionadas pela UCPel possibilitam esse tipo de atuação. Educadores e acadêmicos têm a oportunidade colocar o conhecimento adquirido em sala de aula a serviço do interesse social. Esse processo fica muito claro quando se conhece um pouco mais dos trabalhos desenvolvidos pelos Projetos de Extensão da Universidade. Um deles é o Educação Inclusiva, que, através do Projeto Saúde (PS) promove ações de inclusão e humanização nos Postos de Saúde vinculados à Universidade.
Na tarde da última terça-feira (02), esse quadro começou a ficar mais definido, pois ocorreu a inauguração do primeiro Cantinho Pedagógico, no bairro Pestano. Uma iniciativa conjunta dos acadêmicos do curso de Pedagogia e da professora Jara Fontoura, que é a coordenadora do Projeto. Ela explica que a criação desses espaços tem por objetivo promover ações pedagógicas enquanto ocorre a espera. “Este é um momento em que não há o costume de se parar e conversar com o acompanhante ou o próprio paciente”, lembra a coordenadora.
O Cantinho Pedagógico busca fornecer suporte para o alívio do sofrimento emocional e físico decorrentes do efeito de doenças. “As atividades promovidas variam de acordo com público que está fazendo uso do espaço naquele dado momento. Geralmente são crianças que foram ao Posto se medicar, tomar vacinas ou aguardar o atendimento de algum familiar”, acrescenta a coordenadora do curso de Pedagogia, Ana Beatriz Longo Rodrigues. Exercícios de canto, leitura e recreação fazem parte das atividades pedagógicas propostas pelos alunos e professores do curso. O Projeto conta, ainda, com dois bolsistas e aproximadamente 50 alunos voluntários. Eles prestarão atendimento nos turnos da manhã e tarde, sendo sempre orientados pelo grupo de apoio executivo da Pedagogia.
“Já estamos nos mobilizando para viabilizar outros espaços como esse, mas é necessária a solidariedade da comunidade acadêmica e da população em geral”, ressalta Ana Beatriz. É preciso arrecadar uma série de artefatos antes de montar esses ambientes. Necessita-se de material escolar, brinquedos, cadeiras, mesas, tapetes, livros e revistas infantis.
A professora Jara Fontoura lembra, ainda, que, daqui para frente, será importante viabilizar também patrocinadores. “A intenção é ajudar a comunidade em seu sentido mais amplo. Não apenas com a viabilização desses espaços, mas tentando contribuir para solucionar – através da parceria com a iniciativa privada ou com o Poder Público - as carências evidenciadas pela comunidade”. Em breve, está prevista a entrega do Cantinho Pedagógico do Fátima e, passado o período de férias, deve ser a vez do bairro Py Crespo receber o seu ambiente próprio de inclusão e humanização. Quem quiser contribuir com o Projeto pode entrar em contato direto com a professora Jara Fontoura pelo e-mail jarafonta@gmail ou com a estudante Adriana Padilha, pelo e-mail adripad2@hotmail.com.
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