Peões, bispos, cavalos, torres, rei e dama. Comandando as peças de um jogo que exige raciocínio e técnica, o atual campeão gaúcho de xadrez, Allan Gattass, aluno do curso de Direito, representará a Universidade Católica de Pelotas (UCPel) no Campeonato Gaúcho Universitário. A competição ocorre nos dias 17 e 18, em Canoas.
A batalha sobre o tabuleiro faz parte da vida do estudante desde os seis anos de idade, quando aprendeu o jogo com o tio. O primeiro campeonato foi disputado aos 13 anos. Desde então, Allan se dedica ao xadrez, que define como uma mescla de arte, ciência e jogo. Hoje, ele coleciona títulos. Com 13 anos foi vice-campeão pelotense, e por dois anos consecutivos conquistou o quarto lugar no Torneio Internacional da Festa da Uva, em Caxias do Sul, cujas duas edições contaram com cerca de 200 competidores cada, incluindo mestres internacionais. “A meu ver o jogo é o que melhor simboliza as atitudes e ações da vida. Assim como na vida, cada coisa que se faz tem uma conseqüência, no tabuleiro também é assim: cada jogada tem um reflexo, e você vai ser responsável por ela”, destacou.
Para lidar com os desafios do jogo, o enxadrista explica que o xadrez exige as virtudes da consciência, autocontrole e coragem, além dos fatores da inteligência, como concentração, raciocínio, lógica, estratégia e capacidade de decisão.
Segundo ele, o xadrez é o segundo esporte com mais afiliados no mundo, ficando atrás apenas do futebol. “Para mim o xadrez como arte é emoção e beleza, como jogo é competição e entretenimento, como ciência é estudo e descobrimento”, destacou ele, que é professor de xadrez há sete anos.
CompetiçãoPromovido pela Federação Universitária Gaúcha de Esportes, o Campeonato Gaúcho Universitário será realizado no sistema suíço. Serão cinco partidas de 30 minutos para cada jogador, e a vitória é declarada pela somatória de pontos.
Jogo de reis e revolucionários
De acordo com Allan, a lenda mais aceita sobre a origem do xadrez vem da Índia. Conta a história que o xadrez foi criado por um sábio que fazia parte da corte de um rei. O monarca, cansado de jogos de azar, teria incumbido o sábio de inventar um jogo que simulasse batalhas, onde o melhor vencesse, sem depender da sorte. O sábio criou o xadrez, e o rei apreciou tanto que lhe ofereceu tudo o que quisesse.
Conforme o enxadrista, o jogo esteve entre as preferências de grandes imperadores e revolucionários. “O xadrez formou essas personalidades”, concluiu.

Allan Gattass representará a UCPel