De uma ponta do mapa a outra, poderá surgir uma conexão em busca de uma vida melhor. De um lado, as comunidades ribeirinhas de Roraima. De outro, estudantes da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Em visita à UCPel, dom Roque Paloschi, bispo da Diocese de Roraima, participou de uma reunião com representantes de diversas áreas do conhecimento para tratar da possibilidade de uma ação social da UCPel naquele Estado.

A proposta, ainda inicial, contemplaria a ida de estudantes da Universidade, em especial do segmento de saúde, ciências ambientais e sociais, para trabalhar diretamente com a comunidade ribeirinha de Roraima. Há sete anos liderando a diocese do norte, dom Roque, que é ex-aluno da UCPel, falou sobre as particularidades do local junto ao padre Sérgio Lima, que foi missionário na região.

Dom Roque veio a Pelotas especialmente para tratar do assunto. “É uma ação que exige preparação e clareza no que vai se fazer”, pontuou. De acordo com o bispo, a intenção é que se estabeleçam atuações práticas que reflitam na comunidade roraimense, cada vez mais ocupada pela colonização.

Segundo ele, o Estado possui uma série de áreas indígenas que não estão reconhecidas, nem demarcadas ou homologadas. O desafio, afirmou, é consolidar direitos. “A questão é muito séria. Apesar de constituídos, os direitos consagrados pela Constituição não estão garantidos”, salientou. “A expectativa é criar um canal de comunhão entre o mundo amazônico e uma universidade que tem a missão de servir e estar atenta ao grito dos pobres”, afirmou.

Durante a reunião, foi definida uma comissão que irá discutir as possibilidades de operacionalização desse processo de aproximação. Os professores Eliézer Oliveira, Carina Estrela e Cristine Ribeiro integram o grupo.

O coordenador de Extensão da UCPel, professor Renato Della Vechia, destacou a solicitação da Diocese de Roraima e o interesse da UCPel em expandir suas ações de extensão, oportunizando experiências para alunos de diversas áreas em diferentes regiões do país. “E, de alguma forma, contribuir para superar problemas sociais que existem”, disse.