Maele Silva está desde o último sábado (11), em Pelotas na casa de conhecidos para poder acompanhar diariamente a pequena Cecília, de dois meses que, em função de uma bronqueatite, estava internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neo Natal do HU-FURG, em Rio Grande. Por causa da enchente que assola o Estado e a cidade vizinha, inclusive o acesso ao hospital, elas tiveram que vir de ambulância transferida para a UTI Neonatal do Hospital São Francisco de Paula (HUSFP). “Fiquei assustada, preocupada, mas quando cheguei aqui fomos muito bem recebidas e com isso, consegui ficar mais segura e certa que a Cecília teria o tratamento tão bom quanto em Rio Grande”, desabafou a mãe, que conta os dias para retornar para a casa, no bairro Cassino que está fora da zona de risco de Rio Grande e onde a primogênita de um ano espera a irmã e a mãe.
Já o pequeno João Vitor, de um mês tem a companhia do pai Fabrício Tavares, que também teve que vir às pressas para Pelotas para acompanhar o bebê que se recupera de uma pneumonia. “quando saiu do HU-FURG, minha esposa estava com água pela cintura, pegou uma gripe forte e não pode estar aqui. Eu venho todos os dias para ficar perto dele, até que possamos voltar para Rio Grande. Apesar de todo o transtorno que temos e os gastos, o atendimento e a segurança aqui do hospital nos deixam mais tranqüilos”, disse.
De acordo com o chefe do núcleo da UTIS do HUSFP, enfermeiro Cristiano Martins, a equipe está mobilizada para prestar os atendimentos a pacientes de toda a região. “Nesse momento crítico, em que muitas pessoas perderam quase tudo, estamos preparados para atender esses pacientes e suas famílias com empatia, cuidados e principalmente tentando minimizar o sofrimento e angústia dessas pessoas”, comentou.
O diretor Geral do HUSFP, Márcio Slaviero, lembra que desde o início das enchentes, o HUSFP junto aos hospitais da macro Região Sul e secretarias municipais de saúde estão mobilizados e unidos para enfrentar qualquer possibilidade de crise, atendimentos, defasagem de medicamentos e leitos, para garantir a saúde da comunidade. “Além da transferência desses bebês, estivemos, junto do Exército, em Rio Grande, para trazer três ventiladores mecânicos para pacientes críticos, armazenamos medicação para o Instituto da Criança com Diabetes do RS, que seguiram para a capital e estamos atentos a todos os movimentos para garantir que saúde siga atendendo suas demandas diante das enchentes”, explicou Slaviero.
Redação Lisandra Reis