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Audiência Pública sobre o crack lota auditório da UCPel
03.06.2009 | 16:55
Audiência Pública sobre o crack lota auditório da UCPel
A urgência na tomada de atitudes sobre o assunto foi ponto central na abertura da Audiência Pública sobre o Crack, da Câmara Municipal de Vereadores, na manhã do dia 03, na Universidade Católica de Pelotas (UCPel). O auditório Dom Antônio Zattera ficou lotado com a plateia composta das mais variadas faixas etárias, que buscavam discutir com representantes dos poderes legislativo e judiciário atitudes para coibir o uso da droga e buscar a estruturação de serviços para atender dependentes e familiares.

Para a proponente da Audiência, vereadora Miriam Marroni, a atividade pretendia abrir os debates sobre a fundamentação de serviços de saúde públicos e gratuitos para dependentes. “As políticas públicas que nós temos não são suficientes, não dão conta. E é ‘para ontem’”, destacou, ao lembrar que o entorpecente é um dos de maior poder de vício. “Estamos diante de uma droga assustadora e de rápida dependência, que em poucos meses torna o usuário um zumbi”, reforçou.

A continuidade do tratamento com técnicas terapêuticas mesmo após a desintoxicação, segundo a vereadora, é um elemento essencial. No entanto, esse ponto central ainda é minimizado. De acordo com ela, embora haja atendimento de qualidade nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do município, faltam profissionais para o trabalho com o público dependente de crack.

O professor do curso de Psicologia, Alfredo Lhullier, integrou a mesa de trabalhos da Audiência. “Quero agradecer à UCPel por ter comprado essa briga. A Universidade possui uma grande área de saúde e assistência social, fundamentais para essa epidemia que vivemos”, disse Miriam.

A curiosidade em saber mais sobre o assunto fez a estudante do colégio Monsenhor Queiroz, Rauana de Souza, 14 anos, atender o convite da escola e participar das discussões sobre o crack. “Tem tido bastante aumento entre os jovens. Eles entram nessa pelos problemas que enfrentam, pela busca de prazer, e prejudicam outras pessoas e a si mesmos”, disse.

A vida que vira fumaça
“Estou aqui para pedir ajuda. Lá está contaminado por essa droga. Tenho um filho adotivo que já roubou todo o bairro”. O depoimento é de uma mãe moradora do bairro Dunas, onde seu filho comete crimes para financiar o vício no crack. “Bati em todas as portas e ninguém me ajudou”, disse, ao pedir auxílio à Câmara de Vereadores.

No bairro Pestano, a realidade também choca. Mães dependentes fumam crack no mesmo ambiente dos filhos, muitas vezes bebês de poucos meses – que, querendo ou não, fumam junto. “Queria falar coisas boas, mas lá é a realidade. É visível o que o crack está fazendo com as pessoas. Agora é inverno, e mães vendem sapatos e casacos para conseguir R$ 5,00 para comprar a droga”, disse a coordenadora do grupo de dança Renovação, que realiza trabalho social no bairro. “Nós estamos pedindo ajuda. Estamos tentando tirar os jovens das esquinas. A Câmara de Vereadores precisa fazer alguma coisa”, declarou.
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