A comunidade indígena Kaingang, assessorada pelo Programa de Extensão Sustentabilidade no Habitat Social da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), recebeu projeto de centro cultural para a aldeia. Vinculada ao curso de Arquitetura e Urbanismo, a entrega encerrou as atividades do Programa na comunidade.
Conforme explica a coordenadora, professora Joseane Almeida, os indígenas planejam construir o centro assim que receberem o novo pedaço de terra. Localizada em frente à aldeia, a comunidade solicita a área à prefeitura desde que foram alocados na Cascata. “A negociação sempre foi para se destinar um espaço cultural, de exposições, pois nas demais partes do terreno eles planejam plantar”, justifica.
O projeto desenvolvido compreende uma estrutura circular, com 12 metros de diâmetro, apoio central, coberto e sem fechamento lateral. Segundo o professor Ricardo Brod Mendez, possui inspiração no tipo de construção Kaingang. “Com o quiosque poderá ser criado um núcleo cultural para todas as atividades relacionadas à manutenção da cultura, como dança e artesanato”, acredita.
Ainda de acordo com o professor, o projeto serviu de aproximação com a expectativa inicial do Programa na comunidade. Também, para preservar a cultura, uma vez que a vida contemporânea aproxima os indígenas do modelo urbano. “Eles sabem que as coisas tendem a se diluir, mas querem transmitir suas origens de geração para geração”, completa Joseane.
As 16 casas propostas pela atividade de extensão foram finalizadas em 2018. Após a saída do grupo da UCPel, a Secretaria de Desenvolvimento Rural trabalhava na instalação de energia elétrica. Apesar dos contratempos, para Joseane, a experiência foi positiva e de muitos aprendizados. “Ao ver a aldeia hoje, mostra que as coisas estão melhores e que eles levam uma vida mais digna”, avalia.
A UCPel, através do Programa de Pós-Graduação em Política Social e Direitos Humanos (PPGPSDH) intermediou a transferência da comunidade Kaingang da área urbana para a zona rural. Após, o Programa de Extensão Sustentabilidade no Habitat Social se responsabilizou pelo projeto de habitação popular para abrigar as 16 famílias.
Com início em agosto de 2017, as obras contaram com participação e acompanhamento de alunos bolsistas e voluntários durante todo o processo. Além disso, os acadêmicos também se engajaram na produção de mobiliário com materiais doados e reciclados. E, para complementar os recursos, o grupo ainda promoveu diversas ações, como busca por doações, brechós e vaquinha virtual.
Redação: Piero Vicenzi