Alegria e integração não faltaram na tarde de terça-feira (20) no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS Escola) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e da Secretaria Municipal da Saúde. Além do Dia do Amigo, a festa organizada pelo CAPS Escola, também comemorou o seu nono aniversário. O encontro reuniu profissionais, usuários e familiares dos sete CAPS da cidade.
A sede do CAPS Escola ficou pequena para a grande quantidade de pessoas que prestigiaram o encontro. “Em meio a tanta gente não se identifica quem é usuário ou familiar. E essa é a proposta da festa: a inclusão social”, salientou a assistente social do CAPS Escola, Márcia Rodrigues. “As festas são motivo de alegria e as pessoas se divertem”, disse. A decoração, nas cores verde e amarelo, ressaltou a nacionalidade. “O tema da festa foi a defesa da brasilidade. Somos brasileiros sempre, não só na Copa”, disse a coordenadora do CAPS Escola, psicóloga Valéria Nogueira.
Com várias atrações, como exposições artesanais, a festa foi animada com baile. O esperado desfile, realizado com criações das usuárias do CAPS Escola durante a Oficina de Moda, foi recebido com aplausos e empolgação do público. “É uma terapia, uma ótima experiência. É muito bom ver o resultado”, contou S.S., integrante da Oficina. As peças são incrementadas com dicas e orientação de Márcia Belani, aluna do 6º semestre do curso de Tecnologia em Design de Moda da UCPel.
Outra atração foi o Grupo Musical Feliz Arte, da Oficina de Música do CAPS Escola, que também auxilia na terapia dos usuários. “Música para mim é essencial”, disse U. S., usuário do CAPS Escola, há cinco anos. “Chegamos aqui com muitos problemas pessoais e de família, e a música nos ajuda a voltar para a realidade. Hoje faço música, feira do artesanato aos domingos e apresento programa de rádio. A gente consegue se encontrar; essa é a nova vida que aprendemos a ter aqui”, declarou.
“Nestes nove anos, o CAPS Escola vem ampliando seus serviços à comunidade. Além do compromisso dos profissionais com o fortalecimento do modelo de reabilitação psicossocial, essa ampliação deve-se também, à parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde e a UCPel, que possibilita subsídio e a troca de conhecimento, que é mola propulsora de muita produção”, explicou Valéria. Para a coordenadora, a coletividade e a sociabilização têm o poder de desmanchar o estigma do preconceito e potencializar a saúde.
Para a formanda em Psicologia da UCPel, Lilian Rodrigues, a festa também foi de despedida. Após atuar como estagiária durante um ano e meio, ela agora deixa o CAPS Escola. “Aqui vai além da teoria, pois trabalhamos uma nova proposta de trabalho para a saúde mental. Aprendemos de maneira conjunta a tratar o ser humano com um transtorno. O interessante foi ver a evolução e a inserção de muitos na sociedade e no mercado de trabalho, que passaram a não depender mais do CAPS”, disse.
Entre as propostas dos CAPS está conscientizar a população para que as pessoas com transtorno mental sejam cada vez mais acolhidas, cuidadas e tratadas como sujeitos com direito de estar em convívio social, recebendo apoio especial para sua reinserção na sociedade.