Alunos da Fisioterapia da UCPel realizam pesquisa com portadores de úlceras de pressão
Com o objetivo de analisar a presença de úlceras de pressão e os locais mais atingidos por elas, ressaltou-se um questionamento entre estudantes do curso de Fisioterapia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel): a fisioterapia é eficiente na prevenção de úlceras de pressão?. Para buscar respostas a essa pergunta, oito acadêmicas do sétimo semestre do curso, Ana Lia Ferreira, Priscila Fonseca, Eliara Lüdtke, Sílvia Chaves, Gabriela Rosales, Tiane Fernandes, Maitê Carvalho e Verônica Oliveira, observaram pacientes do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP), no período entre os meses de abril a junho deste ano, a prevalência de úlceras de pressão, também conhecidas como escaras.
A patologia é uma necrose isquêmica dos tecidos ou estruturas onde se estabelece a pressão em pessoas que precisam ficar muito tempo deitadas, em função de alguma doença grave. Como fatores que influenciam para a aparição das escaras, as alunas detectaram o estado nutricional da pessoa, seu peso corporal, fatores neurológicos e características da pele. Outro elemento importante no desenvolvimento da doença é a idade avançada, porque o envelhecimento provoca o achatamento da junção entre as camadas que formam a pele, o que ocasiona menor resistência e diminuição da capacidade de redistribuir a carga mecânica da pressão no corpo.
O estudo sobre o tema teve seu início nos Estados Unidos, onde há um elevado gasto com o tratamento de indivíduos que apresentam úlceras de pressão e, no entanto, ainda prevalece um alto índice de óbitos em conseqüência dessa complicação. Em função disso, os estudos dizem que a melhor opção é a prevenção, uma vez que o tratamento torna-se mais demorado e os custos maiores. O levantamento realizado pelas acadêmicas aponta que, no Brasil, não existem pesquisas que estimem estatisticamente os custos de um paciente com úlceras de pressão. Portanto, há necessidade de estudos destinados a ressaltar a importância da prevenção, orientação e conscientização de todos os profissionais da saúde em relação às úlceras de pressão.
A fisioterapia entra como uma forma de reduzir, no período de cicatrização, as úlceras de pressão. Dentre os recursos fisioterapêuticos, destaca-se o uso do laser de baixa potência que, quando comparado a outros recursos utilizados, apresenta efeitos notáveis sobre a remodelação de tecidos de cicatriz. Com a pesquisa, observou-se que dos 152 participantes, 18 apresentaram o problema, totalizando 11,84%. O índice é baixo quando comparado ao estudo realizado no Hospital Universitário de São Paulo, em que foram encontrados 39,8% de incidência da doença. Devido à grande precariedade de estudos sobre o tema, principalmente sob um enfoque fisioterápico, os acadêmicos encontraram dificuldades na pesquisa de alguns dados necessários à discussão.
O trabalho em questão será encaminhado para diversos salões de iniciação científica do Estado, como Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Fundação Universidade do Rio Grande (FURG), Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a própria UCPel. O artigo será também publicado na Revista de Saúde da UCPel.