Em um ambiente não muito espaçoso, mas cheio de personagens com histórias para contar, os jovens acadêmicos que pertencem ao comitê local da AIESEC se reúnem para falar de suas viagens de intercâmbio e convidam os colegas da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) a passar pela mesma experiência. Vinculada ao Escritório de Desenvolvimento Regional (EDR) da Católica, a organização oportuniza a inserção de estudantes de todo o mundo em países das mais variadas culturas. Em Pelotas, a sede do escritório fica localizada no Campus I, sala 212 -  prédio E. 

Desenvolvendo atividades voltadas à integração entre os povos desde o final da década de 1950, a AIESEC nasce da necessidade dos jovens da época em compreender as motivações que levaram, por exemplo, à Segunda Guerra Mundial. “A troca de cartas era uma das formas mais ágeis de comunicação daquele período. Pode-se dizer que esta prática antecede o intercâmbio do jeito que conhecemos hoje”, explica Marcelo Souza, presidente do Comitê Local da AIESEC em Pelotas.

Desse contexto histórico surge um dos princípios básicos da organização: a inserção. Para isso, o representante da entidade no município lembra que é preciso estar disposto a deixar a "zona de conforto", que é criada em torno da vida que se leva no país de origem. Foi o que fez a estudante de Jornalismo, Manoela Nogueira Martins, 20, que recentemente retornou de Portugal, onde teve a oportunidade de participar de um projeto social com idosos e crianças. “Foi um momento de crescimento pessoal. Uma experiência diferente do que eu procurava, mas que teve um retorno muito significativo”. A estudante conta que estava buscando algo em sua área, mas, ao conferir as vagas de intercâmbio disponíveis no banco de dados da AIESEC, decidiu arriscar algo diferente.

Arriscar é o que também fizeram os estudantes Stefan Scherer-Enundus e Lisa Lam Lai Sha. Oriundos, respectivamente, dos Estados Unidos e da China, os dois universitários realizaram o fluxo contrário ao de Manoela. Saíram de seus países para vivenciar algo semelhante em um local com costumes bem diferentes do que estavam habituados. Natural de Chicago, Stefan está em Pelotas há apenas um mês, mas já se diz acostumando às tradições da terra. 

“As pessoas são gentis e pacientes comigo. Gostei de tomar chimarrão e também de comer churrasco. É curioso esse processo. Estou aprendendo muito não só da cultura brasileira, mas das especificidades dessa região”, diz. Durante seis horas diárias, ele atua como professor em uma escola de idiomas e, nas horas vagas, conta que tem sido possível conhecer um pouco mais da produção musical da cidade, objeto de sua área de atuação profissional nos Estados Unidos.

Ao contrário de Stefan, que ficará em Pelotas até julho de 2014, Lisa já encerrou sua passagem por Pelotas. Ela esteve trabalhando junto ao Grupo Escoteiro Iguassu. Agradecida pela hospitalidade e troca cultural com os novos amigos, Lisa diz que não foi fácil viver em um ambiente totalmente diferente da sua criação, mas, segundo explica, as barreiras linguísticas foram superadas pela generosidade dos pelotenses.

América Latina, Leste Europeu, Ásia e África são alguns dos destinos que os estudantes da UCPel podem escolher para realizar a sua experiência de intercâmbio. Com duração de seis a 12 semanas, o processo seletivo, organizado em parceria entre a Universidade e a AIESEC, é destinado a estudantes com idade entre 18 e 30 anos que possuam conhecimento básico de inglês ou espanhol. Os alunos da UCPel podem se inscrever até o dia 10 de outubro. A divulgação do resultado está prevista para o dia 21 do mesmo mês. 

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