As atividades desenvolvidas pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel) no Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) foram apresentados na tarde desta quarta-feira (19) à assessora da Secretaria de Gestão do Trabalho em Educação e Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde, Beatriz Jansen Ferreira. Apenas neste ano, foram mais de 20 trabalhos realizados nos seis programas de PET da Católica: Saúde do Idoso, Vigilância Epidemiológica, Saúde Mental, Saúde da Mulher, Qualificação da Atenção Básica e Gestão do Sistema de Saúde - este último apontado por Beatriz como inovador no país.
O acompanhamento é feito anualmente e evidencia como é realizado o trabalho, que ocorre em vários cenários de atuação prática dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). No encontro, professores, estudantes e profissionais das áreas de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia e Serviço Social falaram sobre suas vivências.
Dentre os trabalhos apresentados estavam protocolos de exames - "manuais" desenvolvidos pelo PET e que serão distribuídos em toda a zona Sul - e indicadores de saúde da região. "Esse momento é a celebração de todo um trabalho integrado que fizemos diariamente durante todo esse ano", comentou a tutora do Programa PET-Saúde da UCPel e coordenadora do curso de Enfermagem, professora Luciene Primo. Segundo ela, uma das conquistas de 2014 foi a inserção do curso de Medicina no CAPS e as quatro UBSs com Estratégia de Saúde da Família. Luciene adiantou que, para 2015, o programa estuda a possibilidade de implantar uma tutoria integrada de forma interdisciplinar.
"Inovador e de excelente qualidade"
A assessora da SGTES acompanha a UCPel desde 2009 e tem como papel verificar como os programas de formação de recursos humanos na área da saúde voltados para o SUS são conduzidos. Segundo Beatriz, o acompanhamento busca ser uma ponte entre as Instituições de Ensino Superior, Secretarias de Saúde municipais e Ministério da Saúde.
Docente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), durante sua visita à UCPel Beatriz elogiou o PET-Saúde. "São feitas muitas coisas. Muito boas mesmo. Minha avaliação é muito positiva", resumiu. Segundo ela, um dos pontos fortes é a parceria existente entre as universidades Católica e Federal de Pelotas (UFPel), integração positiva que nem sempre ocorre em outros locais do Brasil.
Outro destaque para Beatriz é a realização do PET Gestão do Sistema de Saúde. "A UCPel entrou por um caminho de gestão que é inovador. Não conheço igual no país. Além de inovador é de excelente qualidade", afirmou.
Diferença na formação
Aluno do oitavo semestre de Psicologia, Murilo Vasconcelos, 22 anos, participa do PET Saúde Mental há um ano e meio. Com essa atuação, tem a oportunidade de acompanhar quatro grupos psicoterapêuticos no Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi): dois de crianças de seis a oito anos, um com adolescentes de 14 a 17 anos e ainda um grupo de familiares. Atividades lúdicas e conversa, dependendo do público, são trazidas pelos estudantes aos pacientes.
Para Murilo, o trabalho é uma aliança entre a prática e a teoria que exige dele a busca por conhecimento para aprender a lidar com os diversos casos com as quais se depara no dia a dia. "Por ser um atendimento a crianças com transtorno mental, temos contato com diversas patologias", explica. O entendimento do funcionamento da rede também está no rol de oportunidades que o estudante vê no PET-Saúde.