O programa de prevenção e controle ao tabagismo da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), UCPel Mais Saudável, promove evento de conscientização sobre os malefícios relacionados ao tabagismo. A ação, realizada pelo projeto Fumo Zero, ocorre no dia 31 — Dia Mundial sem Tabaco.
O coordenador do programa, o médico Roni Quevedo, ressalta a importância do esclarecimento acerca dos problemas que o consumo de cigarro causa, inclusive a quem não fuma — os fumantes passivos e de terceira mão. “As doenças de um fumante passivo são as mesmas de um fumante ativo”, relata. “A agressão das substâncias que existem no cigarro é muito forte — são mais de 7 mil substâncias e destas quase 60 são tóxicas e cancerígenas”
Durante a ação, Quevedo e alunos que integram o projeto oferecerão orientações tanto aos que desejam parar de fumar quanto aos que desejam incentivar amigos e familiares a abandonarem o vício da nicotina.
Reconhecido como doença crônica e integrante do grupo de transtornos mentais, comportamentais ou do neurodesenvolvimento, o tabagismo também é considerado a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo.
Diante desta realidade, em 1987, a Organização Mundial da Saúde (OMS), criou o dia mundial sem tabaco. Uma forma de alerta sobre as mazelas relacionadas ao consumo da nicotina e cujos tratamentos geram gastos de cerca de R$125 bilhões anuais ao governo brasileiro, conforme aponta o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
No Brasil, 9,1% da população adulta é fumante, segundo revelam dados da pesquisa, feita em 2021, pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (Vigitel). Um número que ainda causa bastante preocupação. No país, são 161.853 mortes anuais atribuíveis ao uso de tabaco — 443 mortes por dia. “Por isso nossa luta é diária”, destaca Roni Quevedo.
O Programa UCPel mais Saudável teve início em 2008 — através de uma sugestão do Conselho Universitário — visando inibir o uso do tabaco nas dependências da UCPel. Quinze anos após sua implementação, duas portarias internas foram regulamentadas pela reitoria, tornando a UCPel local livre do consumo de tabaco. Hoje a proibição se estende a todos os prédios sob administração da universidade, sejam eles fechados, parcialmente fechados ou simplesmente murados.
Este trabalho realizado pelo programa serviu de inspiração para o Projeto de Lei Antifumo da cidade de Pelotas. Aprovada por unanimidade na Câmara de Vereadores a lei foi sancionada e publicada em 2009. “Durante um ano aconteciam audiências públicas mensais com o foco de prevenção ao tabagismo e se armou então uma lei municipal proibindo o fumo em locais fechados. Tudo isso com base no que a universidade vinha fazendo” — expõe o coordenador.
O programa, que desde recebe apoio do Conselho Federal de Medicina, também inclui ações de prevenção, orientação e educação sobre o uso abusivo de álcool e outras drogas. Campanhas de doação de sangue para estimular trotes solidários associadas a campanhas de vacinação também ganharam espaço, associadas à promoção de eventos que incentivem a prática de atividades físicas e respeito ao meio ambiente.
Redação: Caroline Albaini