A estudante do segundo semestre do curso de Letras EAD da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Tainã Pinto, obteve o primeiro lugar na área de Linguística, Letras e Artes do Salão Universitário 2019. A apresentação do trabalho “A gramática normativa e a variação linguística no contexto escolar” foi a primeira participação da estudante em eventos científicos.
O artigo da discente contou com a coautoria da também aluna do segundo semestre de Letras EAD, Jurema Pinto, e foi orientado pelos professores Jeferson Schneider e Thaís Rochefort. No texto as acadêmicas buscaram compreender de que forma professores e escolas recebem alunos com um repertório linguístico diferente da gramática normativa. A pesquisa foi realizada por meio de questionários aplicados a professores das redes pública e privada de Pelotas.
Conforme o resultado do estudo, ainda há prevalência e exigência da normativa culta por parte dos educadores e a recriminação da linguagem já internalizada pelos alunos. A recriminação quanto à variação linguística pode gerar bloqueios na oralidade e escrita, além de provocar dificuldades no aprendizado. Outra conclusão é que os professores compreendem e conhecem sobre as variações, mas preferem não abordar em aula.
De acordo com a acadêmica, a intenção com esse trabalho não é reverter a situação, mas sim procurar um meio de igualar o tratamento às linguagens. “O aluno precisa ter conhecimento da linguagem normativa, mas é importante que não seja discriminado pelo seu vocabulário e compreenda que pode utilizar essa linguagem em ambientes mais informais”, comenta Tainã.
A estudante encarou o Salão como um desafio. Por ser jovem na vida acadêmica – está no primeiro ano da graduação – e competir com estudantes mais avançados, a expectativa quanto ao evento não era positiva. Foram a coautora e os orientadores que a incentivaram a inscrever o trabalho.
Para Tainã, eventos como o Salão Universitário são enriquecedores e importantes, tanto para quem apresenta quanto para a sociedade. “Quem apresenta pode mostrar uma pesquisa sobre um assunto que tenha relevância para a sociedade. Já a comunidade pode descobrir uma possível solução para um problema”, afirma.
A escolha de Tainã pelo EAD não é nova. Anteriormente, ela já havia tentado realizar uma graduação na mesma modalidade em outra instituição, mas não conseguiu se adaptar à forma do ensino. Encontrou no EAD da UCPel suporte e acolhimento por parte dos professores que, segundo ela, tornam o aprendizado mais fácil.
Sobre os encontros presenciais, na avaliação da acadêmica, um dos pontos de destaque é a não mecanização e o ambiente participativo na construção das aulas. “Os professores não preparam os alunos apenas para a profissão, mas também para serem pessoas empáticas e que saibam acolher o outro”, diz.
Para a estudante, os encontros presenciais também têm o papel de desenvolver outros conhecimentos além dos teóricos, como educação, cidadania e respeito. Tainã ainda salienta que as oportunidades oferecidas a quem cursa EAD não diferem das oportunizadas aos alunos presenciais.
Redação: Lia Xavier