Teoria e prática aliadas à importância de alertar a juventude sobre um tema delicado e importante, que pode causar depressão e até suicídio. Motivada por essas razões, a acadêmica de jornalismo da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Júlia de Mattos Müller, desenvolveu uma cartilha sobre Bullyng e Cyberbullyng, denominada “Não tem graça nenhuma”.
Através de jogos, histórias em quadrinhos e personagens, a cartilha aborda as formas e consequências do bullyng e do cyberbullyng. Perguntas e respostas buscam esclarecer e orientar os jovens, a partir de informações retiradas de artigos científicos. Para facilitar o entendimento, a linguagem foi adaptada por três revisoras: uma psicóloga, uma pediatra e uma hebiatra – especialista em atender adolescentes. “Não adiantava colocar palavras de artigos científicos e muito formais, que não fariam o efeito desejado, por isso adequamos os textos”, explica a acadêmica.
A ideia de abordar o assunto surgiu a partir de uma série vinculada na plataforma Netflix. O episódio retrata o sofrimento de um adolescente ao ter imagens íntimas furtadas de seu computador. Com as ameaças do hacker, a vítima fica conturbada, pensando até em suicídio. A história chamou a atenção de Júlia, que decidiu pesquisar sobre o tema para seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). “Muitas pessoas não têm conhecimento, ainda acham que bullyng e ciberbullyng são brincadeiras e, muitas vezes, a família das vítimas não dá a atenção que o problema merece”.
O interesse pela temática fez com que a acadêmica ampliasse os estudos e desenvolvesse a cartilha para a disciplina de Projeto Experimental, abrangendo assim teoria e prática. “Muitos artigos já falam do assunto, mas infelizmente com pouca prática. Então a ideia foi criar algo que pudesse contribuir na prevenção, sem criar mais teoria. Um material prático, que chegue mais fácil nas pessoas”.
Criado para alunos do 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas, o material ainda poderá ser distribuído em escolas privadas. A negociação com as direções das instituições é feita pela própria acadêmica. O Centro de Ciências da Saúde da UCPel ainda analisa a possibilidade de disponibilizar a cartilha nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) administradas pela Católica.
Redação: Manuelle Motta