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Abertura do Salão Universitário da UCPel destaca dimensões das desigualdades com foco na saúde
27.08.2024 | 10:02 | #salao-universitario
Abertura do Salão Universitário da UCPel destaca dimensões das desigualdades com foco na saúde Foto Bruno Bohn

Nesta segunda-feira (26), teve início o Salão Universitário da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), o maior evento acadêmico da instituição. Com o tema “Ó mundo tão desigual: o papel da Universidade na superação das iniquidades”, o evento, que se estenderá até 30 de agosto, oferece uma programação variada, incluindo minicursos, debates e apresentações de trabalhos.

A abertura foi marcada pela palestra de Dr. Fernando Wehrmeister, professor associado da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e diretor institucional do Centro Internacional para Equidade em Saúde. Wehrmeister abordou as desigualdades na saúde, destacando a importância de não deixar ninguém para trás e ampliando as discussões sobre a Agenda 2030.

Utilizando um banco de dados, que abrange 122 países e 461 inquéritos, Wehrmeister explorou as desigualdades em saúde por meio de visualizações de dados e indicadores intuitivos. Ele destacou os principais fatores de desigualdade, como riqueza, gênero, idade, etnia e localização geográfica. Para o palestrante, medir as desigualdades, monitorar tendências e implementar políticas inclusivas são essenciais para promover avanços na saúde. 

Apesar do progresso em saúde reprodutiva, persistem desigualdades entre grupos vulneráveis. Wehrmeister ressaltou a importância da idade da mulher para intervenções em contracepção e fecundidade, e destacou que a etnia, muitas vezes negligenciada e difícil de avaliar, é essencial para entender as desigualdades associadas à pobreza. Também mencionou a migração, com dados nacionais limitados sobre deslocamentos relacionados ao trabalho e à violência, e a importância crescente das análises geoespaciais, que permitem identificar áreas de maior desvantagem.

Por fim, Wehrmeister enfatizou que as análises de equidade servem para medir a magnitude das desigualdades em várias dimensões, monitorar tendências temporais para avaliar se os grupos mais vulneráveis estão se aproximando dos melhores índices, comparar desigualdades entre países, estados e municípios, destacando exemplos, auxiliar na elaboração e implementação de programas e políticas que alcancem todos, sem deixar ninguém para trás, e avaliar o impacto de programas sob a ótica da equidade, garantindo que até os grupos mais difíceis de atender sejam beneficiados.

 

Redação Betaâia Bierhals

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