Gestantes, pacientes em recuperação de mastectomia (retirada da mama) ou que sofrem com incontinência urinária podem encontrar cuidado e atenção no serviço de Fisioterapia na Universidade Católica de Pelotas (UCPel). O atendimento de Fisioterapia na área de Ginecologia e Obstetrícia está com inscrições abertas. O único requisito é que o paciente tenha recomendação médica. Caso ainda não possua, o laudo pode ser feito no próprio Campus da Saúde da UCPel, onde ocorrem os atendimentos. O serviço é gratuito.
O tratamento fisioterápico é realizado por alunos do último semestre do curso. De acordo com a fisioterapeuta supervisora do serviço, Shadia Mussa Yussef, o tratamento não é invasivo, ao contrário do que muitos pensam. “É um atendimento muito tranqüilo, que visa acima de tudo a qualidade de vida”, disse. Estimulação de contrações dos músculos apropriados, correção postural, alongamentos e orientações diversas sobre saúde são alguns dos procedimentos realizados pela saúde dos pacientes.
No atendimento a gestantes, a tônica é a conscientização a respeito das mudanças típicas da gravidez. Alterações dos sistemas músculo-esquelético e respiratório que se preparam para o parto são trabalhadas com as futuras mães.
A gestação joga o centro de gravidade da mulher para frente, o que influencia na postura – um dos pontos trabalhados. A produção do hormônio relaxina, outra das peculiaridades do período, provoca frouxidão muscular. Segundo Shadia, esse é o motivo de as gestantes terem maior risco de torção de articulações. Apesar disso, a maior queixa das grávidas é a lombalgia (dor na coluna e músculos). “É um trabalho cuidadoso, de alongamento e relaxamento preparando para o trabalho de parto”, explicou.
Incontinência urinária
Receio de sair de casa, embaraço na convivência social, e baixa da auto-estima são alguns dos reflexos que a incontinência urinária pode provocar. “Às vezes o paciente tem medo de sair de casa por não conseguir chegar ao local onde está indo sem perder urina, ou tem receio que outras pessoas sintam o odor. Isso pode acarretar problemas psicológicos e sociais”, disse Shadia. A fisioterapia pode contornar esses problemas, com exercícios da musculatura do assoalho pélvico (que compreende vagina e ânus). “Esses músculos são responsáveis por sustentar os órgãos localizados na região e também por segurar a urina”, explicou a fisioterapeuta.
O tratamento estimula contrações rápidas e lentas em diversas posturas, colaborando para que o paciente desenvolva uma melhor percepção corporal. Apesar de parecerem simples, os exercícios precisam ser feitos com a orientação dos profissionais.
A incontinência urinária é comum em pessoas idosas, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária. Menopausa, tabagismo, obesidade, vários partos normais, prisão de ventre recorrente e problemas respiratórios crônicos, como bronquite e asma (pois aumentam a pressão abdominal) são fatores que contribuem para o surgimento. “A incontinência era vista como conseqüência comum da idade, mas não se pode acostumar com essa idéia. É um problema, e pode ser tratado com fisioterapia”, disse Shadia.
Depois de três partos normais, a secretária E. D., 39 anos, passou pelas dificuldades de viver com incontinência urinária. Qualquer esforço, como espirrar, provocava certo constrangimento. “Minha incontinência era pequena, mas é incômodo para uma mulher. Estou me gostando mais e me sentindo muito mais segura”, contou ela, que faz fisioterapia na UCPel desde o início de fevereiro. De acordo com a paciente, o tratamento é uma boa opção, pois evita a cirurgia. Para ela, a melhora já é significativa. “A equipe da Fisioterapia é ótima. Os alunos se preocupam com a nossa saúde e o clima é descontraído”, destacou.
Retomando a mobilidade
Mulheres que passaram pela retirada da mama também podem receber contribuições da fisioterapia. Pela restrição médica ou receio de mexer os braços, as pacientes acabam por ficar com a amplitude dos movimentos limitada. O tratamento fisioterápico contribui para recuperar a funcionalidade do braço, facilitar a respiração, diminuir dor e edemas.
A dona de casa Maria de Fátima dos Santos Coitinho, 56 anos, faz fisioterapia na UCPel para sanar estes problemas. O tratamento começou também no início de fevereiro, mas ela garante já sentir diferença. “Me sinto bem melhor. Estou com menos dor”, disse.
Inscrições
Interessados podem fazer sua inscrição diretamente no Campus da Saúde (Avenida Fernando Osório, 1586). Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (53) 2128-8510.

Maria de Fátima é atendida

Exercício faz parte do serviço

Fisioterapia melhora males da incontinência urinária

Shadia Yussef coordena