As relações entre países também podem ser tema para pesquisa na área de Linguística Aplicada. Na última quinta-feira (26), às 13h, a então doutoranda Alessandra Ávila Martins se preparava para apresentar seu trabalho, intitulado “A representação discursiva da irmandade na fronteira Jaguarão/Rio Branco: um (des)encontro de vozes”, no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Católica de Pelotas (PPGL/UCPel). A aceitação da banca foi positiva e a, agora, doutora, teve sua pesquisa recomendada para publicação.
Sob orientação do professor Hilário Bohn, o trabalho buscou fazer uma análise da representação da irmandade na fronteira entre Jaguarão e Rio Branco. A pesquisa, de cunho qualitativo, realizou um diálogo entre os estudos sobre linguagem e os estudos identitários. Foram realizadas pesquisas orais com os moradores de Jaguarão para se buscar entender como essa irmandade e proximidade influenciam a vivência dos jaguarenses na questão da identidade cultural.
Percebeu-se que existe uma tensão que atravessa o discurso. O morador da região quer ser igual, mas quer marcar a diferença em relação ao outro, ao Uruguai. Há uma diferenciação constante em termos de vestimentas, hábitos e costumes, o que desconstrói o conceito de irmandade, onde não há disputa. “A irmandade é problemática, marcada pela diferença”, concluiu Alessandra.
O trabalho, segundo a autora, é travado com as Ciências Sociais – Antropologia, Sociologia e Ciências Políticas. Essa é justamente uma das contribuições de sua tese: vencer a fronteira da interação da Linguística Aplicada com outros campos do saber.