Batidas meio tímidas em pratos e tambores ameaçam ritmar a melodia. De som em som, cada nota se une e, aos poucos, acresce mais musicalidade ao Estúdio de Produção Fonográfica da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Nas pausas, o conhecimento do professor e baterista Luke Faro guia a baqueta de seus alunos ao encontro das técnicas de percussão. Parte integrante do II Festival Internacional Sesc de Música, o curso, com foco no ensino da bateria, vem rompendo o silêncio das férias acadêmicas no Campus II da Universidade. As aulas ocorrem desde o dia 09 e se estendem até 20 de janeiro, durante o turno da manhã.
O barulhinho bom ao entorno de alguns dos prédios da UCPel é sinônimo da presença de músicos e amadores focados na emissão de boas notas em seus instrumentos preferidos. A atividade realizada no Campus II é mais uma dentre os diversos cursos realizados no período em decorrência do Festival. O ensino específico da bateria está inserido no núcleo de Música Instrumental Brasileira e Jazz, mas as possibilidades em termos de aprendizado estão voltadas a diversas classificações de composição de acordes. À tarde, o grupo se reúne, também, com alunos de outros cursos para as práticas de conjunto, ambiente onde todo o tipo de instrumento harmoniza com um objetivo comum: fazer música.
O professor Luke Faro, apesar da aparência jovem, tem experiência no que faz. Começou com 14 anos na música e, ao longo dessa história, já conquistou diversos prêmios. Atualmente, leciona no Instituto de Bateria Bateras Beat, em Porto Alegre, além de integrar a Banda Caixa Preta, desde 2005. No Festival, ministra pela segunda vez, ensinando leitura, técnica, coordenação e vocabulário de ritmos. “É uma experiência muito legal, porque são quinze dias com intensidade de música. Tem atividade direto”, afirmou. Inclusive, ao final do curso, tanto professores como alunos realizam um espetáculo para apresentar ao público suas habilidades musicais.
Dentre os alunos aspirantes a bateristas, metade é recorrente da primeira edição do Festival. O conferente e músico profissional Gilnei Amorim, em 2012, repete o curso e as palavras. Na edição passada, ao ser entrevistado, disse se sentir rejuvenescido em meio à empolgação dos colegas mais jovens. Um ano depois, retorna ao curso para resgatar essas sensações, embora seu objetivo final seja prioritariamente voltado à música. “Meu foco é tocar o melhor possível”, completou. O contato com o ambiente é um dos aspectos que mais o estimula no Festival, o que o motivou a repetir o curso e o incentiva a refazê-lo sempre que tiver oportunidade.
O professor concordou: “Acho fantástico para a cidade. Pelotas tem esse aspecto cultural que tava meio camuflado”. Segundo Faro, com o Festival, o número de músicos na cidade aumenta entre 300 e 400. E isso dá oportunidade à comunidade pelotense, aos alunos do curso e, por que não, aos próprios professores, de ter contato e conhecer melhor o trabalho de pessoas diferentes. O que não seria tão acessível se não fosse por meio de um evento deste porte. Para os interessados, fica a dica: a apresentação dos professores ocorre na sexta-feira (20), às 21h, na Sociedade Música Pela Música; e a dos alunos, no sábado, às 17h30min, no mesmo local.