Uma profusão de línguas, rostos e costumes toma conta do Rio de Janeiro. A diversidade se une em torno da mesma fé, em Jesus Cristo. A Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que iniciou nesta terça-feira (23) reúne peregrinos de todo o planeta, inclusive 80 da Arquidiocese de Pelotas, que embarcaram em dois ônibus neste domingo (21) e mais 250 estimados, que foram de outras formas.
O grupo da Arquidiocese chegou ao Rio às 4h15min desta terça-feira, e foi acolhido pela Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, na divisa entre Bangu e Padre Miguel. O alojamento fica no Ciep Guilherme da Silveira Filho.
Além do reforço na fé, motivados pelo amor ao Cristo, os peregrinos de Pelotas botaram o pé na estrada com a expectativa de trocar idéias com jovens de outras culturas. “Quando eu era pré-adolescente, uma irmã certa vez me disse que conforme o tempo fosse passando, eu ia ver de diversas formas o rosto de Jesus. Hoje eu o vejo jovem e preocupado, no sentido de atencioso”, contou o servidor público Henrique Alam de Souza e Silva, 28, das paróquias da Catedral São Francisco de Paula e São José de Pedro Osório, onde mora a família. A expectativa é de ver, pela segunda vez, um papa. Souza e Silva já havia visto Bento XVI em São Paulo, na canonização de Frei Galvão. “O Papa Bento certa vez disse que o homem procura Deus através da beleza. E nada mais belo do que a juventude”, pontuou.
“Tô numa euforia”, exclamou o estudante de Eletrônica Guilherme Rodrigues, 17, da Paróquia Senhor Ressuscitado. Ele foi um dos que liderou uma conversa - em francês - com um grupo de peregrinos de Guadeloupe, uma ilha do Caribe de colonização francesa. “É incrível. Não tem explicação. É uma oportunidade única”, contou, animado. Os pelotenses arrancaram gargalhadas do grupo ao tentar ensinar as expressões “bah” e “tche”, já que os visitantes, ao ouvir a segunda, logo cantaram o maior sucesso do cantor Gusttavo Lima.
Não há banho gelado ou fila grande que desmotive quem veio ao Rio procurando pelo engrandecimento da fé. Para a integrante da Capelania da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Manoela Neutzling, 20, chamou atenção a acolhida que o grupo recebeu na Paróquia que os hospeda. “Mesmo cansados vinham dar as boas-vindas”. E o roteiro, a partir de agora, será sempre uma surpresa, esperando que as catequeses, embora de língua portuguesa, tragam diferentes experiências. O café da manhã, que é servido todo dia na quadra da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, também cria expectativa. Pode ser que, antes do fim, ainda ocorra um “ziriguidum”.
Entre representantes de diversas nações, o comentário é o encantamento com a humildade do papa Francisco e a noção da dimensão da Igreja que o encontro dá. “Pará além do encontro com o papa, é a transformação. Caminhar com a palavra de Cristo, procurar revitalizar a nossa Igreja”, contou o padre Miguel Gomes, 46, de São Tomé e Príncipe, na África.
É a fé unindo os povos.
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