Os mundos virtuais, embora não físicos, também são reais e podem ser úteis ferramentas nas mais diversas áreas do conhecimento. O professor do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Luciano Mertins, elaborou uma pesquisa para estudar e aprimorar essas possibilidades. O trabalho “Extensão virtual do mundo real: Integração semântica e inferência” foi apresentado como dissertação para o mestrado em Ciência da Computação.
O objeto de estudo do trabalho é o Open Wonderland, um ambiente virtual 3D onde os usuários podem criar seus personagens, chamados avatares, e interagir. É como um jogo, mas com uma ideia mais próxima de simulação do mundo real. O sistema é similar ao Second Life, outro famoso ambiente virtual online. A diferença, segundo Mertins, é que o Open Wonderland tem uma característica de código aberto, podendo ser utilizado e modificado pelas pessoas que possuam um servidor, sem a necessidade de se efetuar pagamentos por isso.
Com isso em vista, a pesquisa do professor partiu da ideia de que os mundos virtuais devem realizar um processo semântico sobre o que acontece, ou seja, entender e interpretar a interação dos usuários com o sistema e cruzar esses dados. Na prática, Mertins, estudou técnicas e apresentou modelos de como isso seria possível. Em seu trabalho, o sistema processava o grau de parentesco entre os personagens, apenas cruzando informações como pai, mãe e cônjuge de cada avatar.
Para uma próxima pesquisa, a ideia é aumentar o entendimento semântico do sistema. Em outras palavras, tornar o modelo mais complexo, para posteriormente ser utilizado pela Arquitetura, Medicina e tantas outras áreas do conhecimento. A intenção de Mertins, em uma aplicação real, é testar o sistema na educação a distância, potencializando o ensino no ambiente online. “Os mundos virtuais pegam o melhor dos dois mundos”, finalizou o professor.