Através de um amigo do amigo do tio. Pode até soar invenção, mas foi através desse tipo de rede de contatos que o casal Stijn Van Opstal, 19, e Elize Van Emmerik, 21, desembaracou em Pelotas com a finalidade de conhecer o ensino da Fisioterapia ministrado na Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Os estudantes holandeses da Universidade de Avans, em Breda, cidade no sul da Holanda, estão no sexto semestre de Fisioterapia e vieram ao Brasil por uma demanda de seu curso, onde podem optar por se aprofundar em áreas específicas de suas graduações, ou investir, por conta própria, num intercâmbio para conhecer as abordagens de diferentes países sob a profissão.
Na cidade desde o último dia 8, o casal pretende ficar pelo menos até o início de abril na Princesa do Sul, alternando visitas entre a sala de aula, clínicas privadas, laboratórios e setores do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) onde a Fisioterapia atua. A Piscina Terapêutica do Campus Dr. Franklin Olivé Leite foi um dos primeiros pontos de visitação. O objetivo dos estudantes é estabelecer um comparativo entre as atuações profissionais na Holanda e no Brasil. Após período de quase um semestre em terras tupiniquins, a pesquisa vai para o papel, em um artigo sobre o que absorveram no país.
Além de Pelotas, as visitações se estenderão a Rio Grande, Porto Alegre, Bento Gonçalves e, possivelmente, Rio de Janeiro. Mas mesmo sem um parecer aprofundado a respeito do sistema de saúde brasileiro, uma coisa já chamou atenção dos intercambistas: a assistência médica. “Lá todo mundo tem plano de saúde, não importa se tiver mais dinheiro, enquanto que aqui há muita diferença entre público e privado”, comentou Stijn. Outro ponto relevante apontado foi a diferença das técnicas utilizadas para tratamentos fisioterápicos, uma vez que na Holanda se utilizam apenas práticas com eficácia 100% comprovada em pesquisa, em detrimento do caráter experimental.
Apesar de não se comunicarem em português, Stijn e Elize conseguem compreender algumas palavras, principalmente através da leitura. Manter contato com a língua também é uma de suas metas. No geral, estão gostando da experiência. “Todo mundo aqui é muito gentil. Sempre convidam para jantar e para visitar lugares”, completa Elize.
Viajar, aliás, também está nos planos. Após absorverem toda a experiência, os jovens têm intenção de dedicar um período para conhecer algumas das principais cidades turísticas brasileiras. Nesta primeira semana inseridos na cultura gaúcha, o consumo de carne e churrasco impressionou. Resta saber se a gastronomia de outros estados será tão convidativa ao paladar como a experiência tem sido ao conhecimento.